Tudo Sobre a Cultura Cigana

Gypsies, gitanos, zíngaros, ciganas pessoas Rom, juntamente com os Sintos e os Calon ou Calé são designados vulgarmente por “Ciganos”. São pessoas tradicionalmente nómadas, originárias do norte da Índia e que hoje vivem espalhadas pelo mundo, especialmente na Europa, sendo sempre uma minoria étnica nos países onde vivem. A maioria dos Roms fala alguma forma do idioma romano, língua muito próxima das modernas línguas indo-europeias do norte da Índia e do Paquistão.

Cultura Cigana

Cultura Cigana

A moderna antropologia relacionou a língua românia com as línguas punjabis e potohari, faladas no norte do Paquistão. Os Rom são muitas vezes tidos como possuidores de poderes psíquicos (há mesmo o estereótipo do “cigano que prevê o futuro”), e a invenção do tarô é-lhes por vezes creditada. Os laços tribais são tão fortes que eles se tratam por parentes, primos e tios. Um cigano mentir a outro cigano é falto bastante condenável. Os cargos de chefia de tribo não são hereditários, são adquiridos pela sua competência, prestígio e idade.

Nascimento

O nascimento de uma criança é muito importante para a tribo, pois quanto mais crianças, mais poderosa a tribo se torna, já que os filhos servirão de defesa dos pais e amparo às mulheres. Quando a criança nasce, a Phuri-day (mãe da tribo) prepara o alimento para a Fada do Destino que virá ver a criança. O seu primeiro banho é dado numa bacia de cobre. Dentro é colocado vinho com água de rio, flores brancas, moedas de ouro e joias – para dar riqueza e sorte para a criança.
O cigano a princípio tem três nomes: o nome secreto só de conhecimento da mãe; o nome de batismo que só é do conhecimento da tribo; e o nome de batismo católico que é conhecido dos gadjes (não ciganos).

Casamento

É ponto de honra entre os ciganos, tanto que os solteiros têm uma posição menos privilegiada. Antigamente, o pedido de casamento era feito em volta da fogueira, lá se resolviam os dotes e outros detalhes. Para os ciganos, é bom casar pessoas do mesmo grupo ou tribo porque este se fortalecia muito mais. Uma cigana só não pode casar por três motivos: quando o pai tem uma filha mais velha para casar; quando tem uma filha que arca com o sustento do grupo; e quando há incompatibilidade entre as duas famílias.

Morte

O ritual cigano de pós-morte é parecido ao ritual de pós-morte japonês, pois é celebrado com incensos e comidas de preferência dos falecidos. O povo cigano acredita que o espírito do falecido permanece na Terra, próximo da família, pelos sete dias seguintes ao falecimento. Por esse motivo, não aceitam cremação.

Familia

A família é sagrada para os ciganos. Os filhos normalmente representam uma forte fonte de subsistência. As mulheres através da prática de esmolar e da leitura de mãos. Os homens, atingida certa idade, são frequentemente iniciados em outras atividades como acompanhar o pai às feiras para ajudá-lo na venda de produtos artesanais.

Além do núcleo familiar, a família extensa, que compreende os parentes com os quais sempre são mantidas relações de convivência no mesmo grupo, comunhão de interesses e de negócios, possuem frequentes contratos, mesmo se as famílias vivem em lugares diferentes. Os ciganos não representam um povo compacto e homogéneo. Mesmo pertencendo a uma única etnia, existe a hipótese de que a migração desde a Índia tenha sido fraccionada no tempo, e que desde a origem fossem divididos em grupos e subgrupos, falando dialetos diferentes.

As diferenças no tipo de vida, a forte vocação ao nomadismo de alguns, contra a tendência à sedentarizarão de outros gera uma série de contrastes que não se limitam a uma simples incapacidade de conviver pacificamente.  Em linhas gerais, os Sintos são menos conservadores e tendem a esquecer com maior rapidez a cultura dos pais. Talvez este facto não seja recente, mas de qualquer modo é atribuído às condições socioculturais nas quais por longo tempo viveram. Quanto aos Rom de imigração mais recente, se nota ao invés uma maior tendência à conservação das tradições, da língua e dos costumes próprios dos diversos subgrupos.

Saiba Mais

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A sua origem desde países essencialmente agrícolas e ainda industrialmente atrasados (leste europeu) favoreceu certamente a conservação de modos de vida mais consoantes à sua origem. Não é possível, também em razão da variedade constituída pela presença conjunta de vários grupos, fornecer uma explicação detalhada das diversas tradições. Alguns aspectos principais, ligados aos momentos mais importantes da existência, merecem ser descritos, ao menos em linhas gerais. Antigamente era muito respeitado o período da gravidez e o tempo sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza coligada ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. Hoje a situação não é mais tão rígida; o aleitamento dura muito tempo, às vezes se prolongando por alguns anos.

Alguns grupos de ciganos no Brasil conservam a tradicional música e dança cigana húngara, um reflexo da música do leste europeu com toda influência do violino, que é o mais tradicional símbolo da música cigana. Liszt e Beethoven buscaram na música cigana inspiração para muitas de suas obras.  Tanto a música como a dança cigana sempre exerceram fascínio sobre grandes compositores, pintores e cineastas. Há exemplos na literatura, na poesia e na música de Bizet, Manuel de Falla e Carlos Saura que mostram nas suas obras muito do mistério que envolve a arte, a cultura e a trajetória desse povo.

Maiores Concentrações de Ciganos No Mundo:

Alemanha: 100.000
Albânia: 70.000
Argentina: 317.000
Bósnia 17.000
Brasil: 678.000
Bulgária: 700.000 – 800.000
Croácia: 9.463
Espanha : 600.000–800.000
Finlândia: 10.000
Grécia: 300.000-350.000
Hungria: 190.046 (2001 censos)
Irão: 110.000
Macedônia: 53.879
Montenegro: 2.601
Polónia: 15.000–50.000
Portugal: 40.000
Reino Unido: 40.000
República Checa: 120,000 – 220,000
Roménia: 535.140 (2002 censos), outros censos calculam entre 1.500.000 – 2.000.000
Rússia: 183.000
Sérvia: 108.193
Eslováquia: 92.500
Turquia : não oficial 500.000 – 2 milhões de pessoas.
Ucrânia: 48.000

Segundo Carlos Fontes, são originários da Intuía, os primeiros ciganos terão começado a entrar na Europa por volta do século XII. As primeiras notícias da sua presença em Portugal datam da segunda metade do século XV.

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Categoria(s) do artigo:
Cultura

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