Templo Budista De Brasília

O Templo Budista de Brasília tem mais tempo do que muitas pessoas possam imaginar. A existência do lugar começou a ser pensada no dia 16 de junho de 1958. Foi a data em que o então presidente, Juscelino Kubitscheck, recebeu de um grupo de budistas nipo brasileiros um pedido para que uma área dentro do Plano Piloto da capital brasileira fosse deixado para construção do Templo Honpa Hongwanji.

Somente 5 anos depois é que esse grupo recebeu a resposta que esperava, e era positiva. Juscelino anunciou que seria cedido para a construção do Templo Budista uma parte do terreno da Asa Sul. Uma das melhores partes de Brasília e que reafirmou a liberdade religiosa que se pretendia na cidade.

Depois Da Autorização Da Construção Do Templo Budista

Depois que o Templo Budista foi autorizado pelo presidente da república, o Patriarca Kosho Otani deixou o Japão e foi para Brasília, onde seria lançada a pedra fundamental. Era o dia 3 de junho de 1964.

Porém, nem tudo foi felicidade e comemoração, a obra estava com vários problemas e demorando muito, enquanto do outro lado, o governo federal cobrava que o templo fosse logo concluído. Entre os problemas, a equipe de trabalho do Templo Budista ainda sofreu com a perda de membros, em 1966, em consequência de um acidente de carro.

A Inauguração Do Templo

Apesar dos problemas na construção, da perda de parte da equipe, das pressões do governo, no dia 6 de outubro de 1973, finalmente, aquele projeto apresentado para Juscelino, em 1958, finalmente saiu do papel.

Para a inauguração do Templo Budista de Brasília, uma comitiva chegou do Japão, em Brasília, à frente Gomonshu Kosho Otani. Na ocasião, a imagem do Buda Amida foi levada de Taguatinga para o Templo. Cerca de 2 mil pessoas foram acompanhar a abertura do Tempo budista de Brasília.

Também foram criados no Brasil, a Associação Budista de Brasília, em 20 de janeiro de 1974 – Gozikai e a Associação das Senhoras Budistas, em 5 de março de 1966 – Fujinkai.

Para os idealizadores do templo budista de Brasília, as mulheres foram fundamentais para que o projeto saísse do papel. Assim como foram elas que se tornaram responsáveis pela conservação e manutenção do templo, na limpeza, no trabalho e oferecendo ótimas refeições

As Dificuldades Para Manter O Templo Aberto

Manter o templo aberto, dizem os seus administradores, é tão difícil como foi a construção. O número de famílias japonesas que moram em Brasília é pequeno e por isso, a quantidade de doações arrecadadas não era suficiente para mantê-lo.

Para manter o templo aberto diante dessa dificuldade, eles recorreram a uma antiga tradição japonesa, o Urabon, que é revivido pelas família nipo brasileiras. A deliciosa comida da tradição do Japão é preparada artesanalmente pelas mulheres do grupo, como a famosa tempura, bem conhecida no Brasil e o yakisoba, entre outras delícias. Além disso, eles fazem grandes encontros com tambores japoneses, dança folclórica do Japão. São as festas que deixa o templo budista de Brasília animado, alegre e essas festividades acabam atraindo pessoas das mais diversas comunidades do Distrito Federal.

Em agosto, se faz essa grande festa e não existe distinção em que participa. Com isso, o templo budista de Brasília arrecada dinheiro suficiente para manter financeiramente o local. A festa se tornou tradicional na cidade e entrou para o calendário oficial de festividades, é chamada como a “Quermesse do Templo Budista”. Cerca de 10 mil pessoas todos os anos no mês de agosto passam pelo templo durante os 8 ou 10 dias de festa.

Templo Se Torna Patrimônio Tombado Do Distrito Federal

Em 2014, o Templo Budista de Brasília ganhou um novo “status” passou a ser um “patrimônio tombado do Distrito Federal”. Dessa forma, com a publicação no Diário Oficial de Brasília, o espaço fica protegido, até mesmo o prédio original e mais, o Campanário, o Sino Bonshô, o Pórtico de Entrada do Templo e mais os outros dois que ficam nos lados da construção.

Os monges diretamente ligados ao templo apoiaram e comemoram a decisão, que segundo eles, ser um patrimônio histórico é um modo de relacionar passado e futuro. Eles não veem como um acúmulo de bens o fato de ser um patrimônio histórico, mas sim, uma forma de exaltar a cultura. Para os monges, o Templo Budista de Brasília reflete o espírito daqueles que chegaram aqui primeiro, mas não somente falando dos japoneses, mas também de personagens que fizeram de Brasília o que é hoje, Juscelino, Niemeyer e Lúcio Costa.

O Que Representa O Tombamento Do Templo Budista De Brasília

O monge responsável pelo templo budista de Brasília enxerga o tombamento como uma forma de coroar e de reformar a responsabilidade. Porém, ao mesmo tempo que eles estão felizes porque o templo atrai cada vez mais pessoas, eles dividem o sentimento com preocupação.

Por um bom tempo o templo só abria para comunidade em datas especiais, como a quermesse de agosto, que citamos lá no início, porém, com o budismo que é considerado universal, ele vem sendo aberto, pois entende-se que pertence a todos que ali queiram ir.

O templo foi tombado quando estava para completar 41 anos, em 2013, foi a comemoração de 40 anos e foi nesse momento em que surgiu o movimento pedindo que o lugar foi tombado, evitando que investidores tivessem interesse em tirá-lo do local para outros fins. A movimentação começou através de um abaixo-assinado virtual.

A Programação Do Templo Budista De Brasília

Sem dúvidas o evento mais importante do templo é a chamada quermesse que acontece em agosto, em todos os fins de semana desse mês. Também conhecida como a “Festa do Buda”. Eles fazem a festa seguindo as tradições de uma festa oficial da cultura japonesa, a Urabon, um momento de homenagear os antepassados.

Fora a festa, o templo abre com outras atividades durante o ano, que são: aikido, ioga, tai chi chuan e karatê. Também são oferecidos cursos de budismo, que acontecem duas vezes por semana na parte da manhã.

Aos sábados e aos domingos, quem frequenta o templo pode praticar meditação. Também foi inserido no calendário oficial do templo, uma outra cerimônia importante da cultura japonesa, “as 108 badaladas do Ano Novo”, que acontece no dia 31 de dezembro a partir de 22:00.

O Templo Budista de Brasília, chamado de Templo Budista da Terra Pura, é uma cópia de um templo do Japão, o Fukui. Sua arquitetura é belíssima e vem contrastar com o plano moderno, de corte reto, na qual foi projetada Brasília.

Quem o visita pode se deparar com a beleza de seu interior, cuja decoração é toda feita em dourado, e ainda com uma grande estátua do líder espiritual Buda. Todos que tencionam fugir da correria das cidades podem encontrar refúgio no Templo, que possui horários para meditação. Templo Budista De Brasília

Além disso, no local é possível participar de variados cursos de estética japonesa, como o shodô e a ikebana.

Para o corpo também é possível encontrar no Terra Pura o equilíbrio necessário, através das práticas de tai-chi-chuan e yoga, como variadas artes marciais como aikidô, kung-fu, judô e muitas outras. O Templo Terra Pura ainda oferece, todos os anos, no mês de agosto, a tradicional festa dedicada a Buda, muito aguardada pela cidade.

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Categoria(s) do artigo:
Religião

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