Convertendo Ateus

O Que é Ateísmo?

O ateísmo é definido de uma maneira mais ampla como a ausência de crença na existência de divindades. Basicamente se trata do oposto do teísmo que é a crença de que existem divindades, pelo menos uma. A palavra vem do grego clássico ἄθεος (transl.: atheos) e quer dizer “sem Deus”.

Ao longo da história da humanidade o “ateísmo” foi ganhando um status de algo negativo. Mais indivíduos passaram a se declarar “ateus” conforme foi se difundindo o pensamento livre, a ciência e a crítica as religiões como um todo. O primeiro momento histórico em que as pessoas passaram a usar o termo com mais liberdade foi no século XVIII.

O Pensamento Ateu

De uma forma geral os ateus têm um pensamento mais cético em relação ao que soa como sobrenatural ou milagre. O que eles destacam é a falta de evidências que comprovem a existência de um Deus ou de milagres. Uma característica interessante dos ateus é que eles têm uma lista de argumentos para justificar a sua descrença.

Argumentos dos Ateístas

No princípio ideológico ateísta estão o problema do mal, o argumento da descrença e também o argumento de revelações que se mostram sem consistência. É importante destacar, no entanto, que não existe um conjunto de comportamento ou mesmo uma ideologia que os ateus sigam. Existem ateus que seguem filosofias seculares e outros que se apegam a argumentos filosóficos, históricos e sociais.

No Ocidente os ateus costumam não ter nenhuma religião, porém, existem alguns que são espiritualistas. Um dado interessante é que o ateísmo está em alguns sistemas religiosos como o budismo, o hinduísmo e o jainismo. No caso do budismo e do jainismo existe uma não-defesa da crença em deuses. Já no hinduísmo o ateísmo é entendido como um conceito válido, contudo, difícil de se sustentar espiritualmente.

Estimativa

Pelo fato de existir uma grande gama de definições de ateísmo é bastante complexo de determinar quantos ateus existem no mundo. De acordo com uma estimativa recente cerca de 2,3% das pessoas do mundo se definem como ateias. Tem ainda 11,9% da população mundial que se define não-religiosa. Observa-se que nos países ocidentais tem mais pessoas que se autodeclaram como ateias.

Ateísmo Prático e Ateísmo Teórico

Existem duas vertentes mais conhecidas do ateísmo, o prático e o teórico.

Ateísmo Prático

Também chamado de apateísmo, o ateísmo prático ou pragmático, é uma vertente em que os indivíduos vivem com a descrença em deuses. Para eles os fenômenos naturais podem ser explicados sem a necessidade de recorrer ao divino. Embora não haja uma rejeição em relação a Deus, os ateístas práticos, entendem como algo desnecessário e sem utilidade.

O ateísmo prático pode se apresentar de duas formas, a primeira delas é pela ausência de motivação religiosa. Para essas pessoas acreditar em Deus não é o que influencia a ação religiosa ou outras formas de ação. A segunda forma é a indiferença, ou seja, existe a ausência de interesse pelos problemas de religião ou deuses.

Ateísmo Teórico

Nessa vertente existe o uso de argumentos para comprovar que deuses não existem. Os argumentos têm como base responder aos argumentos teístas mais comuns. Através de argumentos os ateístas teóricos visam negar os argumentos dos teístas. 

Qual a Diferença Entre Ateu e Agnóstico?

Essa é uma dúvida recorrente e podemos dizer que a diferença é básica, mas muito relevante. Os ateus negam que Deus existe e os agnósticos alegam ser impossível provar que Deus existe ou não. O termo ateísmo vem do grego antigo, mas ganhou força mesmo no final do século XVI, período da inquisição. A Igreja Católica desejava acabar com todo e qualquer tipo de dissidência, dessa forma perseguia os ateus.

Também vem do grego o termo agnosticismo (que significa “deus desconhecido”), no entanto, ele passou a ser mais cunhado no final do século XIX através do cientista inglês T.H. Huxley. O cientista passou a usar esse termo para descrever o seu próprio estado mental e maneira de pensar. Ele não desejava negar totalmente Deus, porém, não via possibilidades de provar que ele existia.

Religiões – Fonte de Perigo

O ateísmo conta com alguns nomes de destaque como Christopher Hitchens, Richard Dawkins, Bertrand Russell e Sam Harris. Esses pensadores concentram suas críticas nas religiões declarando que elas seriam nocivas para a sociedade. Existem muitos embates entre os religiosos e os ateus no sentido de compreender quais seriam os benefícios que a religiosidade traria para os indivíduos.

Uma das principais críticas feitas por ateus como Sam Harris é que as religiões teriam como base a autoridade de Deus, uma forma de autoritarismo. Os ateus ainda usam como argumentos em relação ao perigo das religiões eventos históricos como as Cruzadas, a Inquisição entre outros. Eventos em que a religião foi usada como justificativa para acabar com a vida de pessoas.

Necessidade de Conversão

Ainda existe um grande preconceito contra aqueles que se declaram ateus e muitas religiões entendem que tem a missão de convertê-los. A doutrina ateísta sempre foi perseguida e precisou ser mantida clandestina. Essa necessidade de conversão sempre existiu, basta olharmos para a história.

Durante o período de cristianização do Império Romano os ateus foram duramente reprimidos. Ser ateu era considerado um dos piores crimes que se podia cometer e devido a isso os ateus declarados foram se tornando escassos. Para se ter uma ideia até o século XIX aquele que se declarasse ateu era duramente recriminado e acusado de ser desonesto.

Até hoje os ateus são discriminados, pesquisas apontam que apenas 13% da população brasileira votaria num ateu para presidente, por exemplo. Quando uma pessoa declara que é ateia num grupo de pessoas que sigam alguma religião, qualquer uma, existe um impulso do grupo em tentar mostrar que o ateu está errado.

Na Internet

Todos os dias podemos encontrar posts em redes sociais em que pessoas que são ateias estão em discussão com pessoas que tem alguma religião. Existem páginas no Facebook específicas para quem é ateu e para quem deseja converter ateus. O que podemos observar que o cerne da questão não está em ser ateu ou ter religião e sim aprender a respeitar a decisão dos outros.

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Categoria(s) do artigo:
Religião

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