Passagem de Lemair

A Antártica

A Antártica é o segundo menor continente do mundo – sendo maior apenas do que a Austrália – e é também o mais meridional, contando com uma extensão territorial de quatorze milhões de quilômetros quadrados. Por estar ao redor do Polo Sul, que é o ponto mais meridional de todo o planeta, esse continente é praticamente todo coberto por imensas geleiras, tirando apenas algumas exceções, que são as áreas que possuem um alto aclive das montanhas, sendo isso observado mais especificamente na parte norte da Antártica.

A formação desse continente aconteceu devido a separação da Gondwana – que era o super continente que englobava a maior parte das zonas de terra firme que hoje em dia correspondem aos continentes – fato esse que aconteceu a cerca de cem milhões de anos atrás. Já o resfriamento do continente que foi o resultado dessa separação aconteceu há pelo menos trinta e cinco milhões de anos.

Além dos pontos apresentados, a Antártica conta ainda com várias características curiosas e relevantes, como por exemplo, o fato de ser o continente mais seco, com maior altitude média, com maior índices de ventos e mais frio de todo o Planeta Terra, sendo que a menor temperatura que já foi registrada lá, foi a de noventa e três graus negativos. A temperatura média dos verões na Antártica é de dez graus negativos na costa e quarenta graus negativos no interior.

Muitos estudiosos e pesquisadores apontam que a Antártica é uma espécie de imenso deserto polar – nome dado as áreas onde a precipitação anual é cerca de duas vezes menor do que a evapotranspiração e que a temperatura média mensal nunca é maior do que dez graus – já que lá a taxa de precipitação (chuva) é muito reduzida. A altitude média do continente fica em torno dos dois mil metros, e isso contribui com a velocidade que os ventos podem chegar, sendo que os de cem quilômetros por hora são bastante comuns, e esse tipo de ventania pode durar uma quantidade considerável de dias. Além disso, já chegaram a ser registrados ventos de até trezentos e vinte quilômetros por hora, isso na área litorânea.

Devido a rigorosidade das condições climáticas no local, na Antártica não existe uma população permanente, sendo o máximo encontrado grupos de cientistas que vivem temporariamente no local, além de pessoas que apoiam as bases polares. No inverno a população que vive lá é de aproximadamente mil pessoas e no verão é de cerca de quatro mil, esse aumento acontece porque o verão tende a ser um pouco menos pesado.

A maior parte da Antártica se localiza mais a região sul do Circulo Polar Antártico, sendo assim rodeada pelo Oceano Antártico. A porção de terra mais localizada ao meridiano diz respeito a cerca de quatorze milhões de quilômetros quadrados, que são divididos da seguinte forma: Quarenta e quatro por cento da ocorrência é de gelo flutuante, ou plataforma de gelo. Trinta e oito por cento é de paredes de gelo, que é o gelo que fica sobre o solo. Treze por cento é de correntes de gelo, que é um misto de parede de gelo e limite de gelo e os cinco por cento restantes são de rochas.

No aspecto físico, Antártica se divide entre duas principais partes pelos Montes Transantárticos, que é uma imensa cadeia de montanhas que fica próxima ao estreitamento entre o mar de Weddell e o mar de Ross. As duas divisões são Antártica Ocidental (ou Antártica Maior) e a Antártica Ocidental (ou Antártica Menor), que possuem esses nomes devido a correspondência aos hemisférios em relação ao Meridiano de Greenwich.

De todo o território antártico, cerca de noventa e oito por cento é coberto por um manto de gelo, manto esse que em média conta com uma espessura de dois quilômetros. Dessa forma, o volume de gelo que essa cobertura oferece é de aproximadamente vinte e cinco milhões de quilômetros cúbicos.  Isso é tão relevante que corresponde a setenta por cento da água doce existente em todo o planeta.

Como já foi apontado, o continente antártico é o mais seco e frio de todo o planeta, considerado assim um grande deserto. Lá durante pelo menos seis meses do ano – mais precisamente no inverno – tudo fica em uma completa escuridão. Porém, estima-se que ainda assim a incidência de energia solar por ano é muito próxima a que acontece no equador, mas de toda essa energia, setenta e cinco por cento acaba sendo refletida pela camada de gelo.

A parte oriental da Antártica é mais fria do que a ocidental e isso acontece pelo fato de ela ser mais elevada. Lá, as massas de ar – que são basicamente o volume de ar que é caracterizado pela temperatura e umidade – dificilmente penetram no continente, fazendo com que assim todo o interior fique ainda mais seco e frio. É por isso também que no interior do continente o gelo dura bastante tempo, ainda que não haja muita precipitação para que o renove.

Piguins na Antártica

Piguins na Antártica

Um evento climático que é muito belo e raro, mas que se torna comum na região é a Aurora Austral, também chamada de “Luzes do Sul”.. Esse fenômeno é caracterizado por um brilho que é observado no período noturno próximo ao Polo Sul. Além disso, também existem outros acontecimentos, como a neblina e o pó de diamante, que são compostos por pequenos cristais de gelo e que se formam na maioria das vezes sob o céu limpo.

Na Antártica existe uma considerável dificuldade para que os vegetais cresçam adequadamente, e o principal deles é o fato de os ventos serem muito ventos, além de haver uma quantidade não muito espessa de solo e também um período limitado de luz solar. É por esse motivo que a variedade de plantas na superfície do continente é limitada a tipos “inferiores” de plantas, como por exemplo os musgos e as hepáticas, liquens, algas e fungos e o crescimento e reprodução das mesmas acontece principalmente durante o verão.

A respeito dos animais predominantes no continente, existe um pequeno animal que é fundamental para a subsistência e pela manutenção das teias alimentares de lá, que são os krills. Esses animais são invertebrados e bastante parecidos com os camarões, e eles servem como alimento para diversos tipos de outros animais, como por exemplo as focas, os pinguins, as lulas, as baleias, entre outros.

Por ser um continente sem habitantes fixos, a Antártica não possui um governo e não pertence a nenhum país específico, apesar de muitos deles reivindicarem áreas (mas isso não sendo relevante, pois quase nenhuma reivindicação é reconhecida). Existe um tratado – chamado de Tratado da Antártida – que foi assinado no ano de 1959 pelos países que se sentiam lesados de alguma maneira pelas posses das partes da Antártida. A partir disso todas as reivindicações foram suspensas e a Antártida é considerada neutra no que diz respeito a política.

O Canal Lemaire

O Canal Lemaire é considerado um dos mais belos locais da Península Antártica, devido a sua deslumbrante paisagem que é composta por icebergs, picos totalmente cobertos pela neve, glaciares e falésias e é por todos esses motivos que esse canal se transformou em um dos principais destinos que atrai os turistas para a Antártica. Algumas pessoas passaram a chamar a passarem de Lemaire de “Kodak Gap”, devido a sua beleza ser um total paraíso para as pessoas que amam e admiram a fotografia. Lá existem ainda colônias de pinguins da espécie gentoo e também cormorões da Antártica.

A passagem de Lamaire possui o comprimento de cerca de onze quilômetros e separa a Península de Klev da Ilha de Booth. O ponto mais estreito da passagem tem a largura de apenas mil e seiscentos metros e a profundidade do canal é de cento e cinquenta metros. A entrada localizada ao norte do canal é dominada pelas torres do Cabo Renard, que são os picos gêmeos da Uma Peaks, sendo que o pico mais alto chega a possuir quase setecentos e cinquenta metros de altura.

Canal Lemaire

Canal Lemaire

Esses picos dão um  ar ainda mais belo a toda a paisagem do canal, principalmente para a costa que oferece uma vista para o restante da península. Nessa região do canal também existe uma baía no final de um grande glaciar, o chamado glaciar Hotine. Já ao lado contrário da costa Antártica se localiza a Ilha Booth, que tem uma morfologia bastante rochosa e que alcança quase um quilometro de altura no pico Wandel. A parte que fica mais na região sul da passagem de Lemaire várias vezes é bloqueada, ainda que durante o verão, pelo fato de contarem com gigantescos icebergs flutuantes.

A primeira vez que essa região da Antártida foi explorada foi entre os anos de 1873 e 1874, pelos povos alemães, mas o canal foi de fato atravessado pela primeira vez somente no ano de 1898, por uma expedição belga, e por isso o canal levou esse nome, já que havia um explorador chamado Charles Lemaire.

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Categoria(s) do artigo:
Cultura

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