Esparta e Atenas Clássica

Entre 1400 AC e os anos de 430 AC existiam duas cidades-estados que comandavam as ações da Grécia. Atenas era local da educação e pensamento humano. Esparta, o centro militar preparado para ataques no sentido de juntar riquezas ao império ou defender o solo grego contra ataques de tropas de etnias inimigas.

Atenas Clássica: Características Gerais

A presença humana mais antiga conhecida em Atenas é a Gruta do Xisto, que foi datada entre os dias do sétimo milênio AC. Por volta de 1400 AC se tornou importante no centro da civilização micênica e Acrópole.

Local de uma grande fortaleza micênica cujos restos podem ser reconhecidos a partir de seções das características ciclópicas nas paredes. Ao contrário de outros centros não se sabe ao certo se Atenas sofreu destruição em cerca de 1200 AC, evento por vezes atribuído como “invasão Dorian”. Independente das opiniões, a cidade-estado, assim como outros povoados da Idade do Bronze, entrou em declínio econômico por cerca de 150 anos depois.

Na Idade do Ferro Atenas era um dos principais centros de comércio e prosperidade na região. A posição de liderança pode ser resultado a partir da localização central no mundo grego, do reduto seguro na Acrópole e o acesso ao mar, o que forneceu vantagem natural sobre os rivais do interior, como Tebas e Esparta.

Atenas

Atenas

Por volta do século VI AC à agitação social generalizada levou às reformas de Sólon, que abriram o caminho para a eventual introdução da democracia por Clístenes, em 508 AC.

Atenas tinha por essa altura se tornado uma potência naval significativa e ajudou na rebelião das cidades jônicas contra persas. A coalizão Atenas-Esparta liderou diversas guerras contra a Pérsia.

As décadas seguintes se tornaram conhecidas como a Idade de Ouro da democracia ateniense, período em que Atenas se tornou a principal cidade da Grécia Antiga, com as suas realizações culturais que estabelece as bases da civilização ocidental até os dias de hoje.

Os dramaturgos Ésquilo, Sófocles e Eurípides floresceram em Atenas durante este tempo, como fizeram os historiadores Heródoto e Tucídides, o médico Hipócrates e o filósofo Sócrates. Guiados por Péricles, que promoveu as artes e promoveu à democracia, a cidade-estado embarcou em um ambicioso programa de construção que viu emergir da Acrópole de Atenas (incluindo o Parthenon), bem como a evolução do império através da Liga de Delos – associação de cidades-estados gregas para continuar a luta contra os persas.

A Liga logo se transformou em um veículo às ambições imperiais! As tensões resultantes levaram à Guerra do Peloponeso (431-404 AC), em que Atenas foi derrotada pela sua rival Esparta depois dos anos de união e conquistas.

Esparta: Características Gerais na Era Clássica

Surgiu como uma entidade política em torno do século 10 AC. Em cerca de 650 AC evoluiu para se tornar a potência militar dominante na Grécia antiga. Dada a sua preeminência, foi reconhecida como o líder global das forças gregas combinadas durante as Guerras Greco-Persas. Entre 431 e 404 AC, Esparta foi principal inimigo de Atenas durante a Guerra do Peloponeso, a partir da qual saíram vitoriosos depois de batalha custosa.

A derrota de Esparta por Tebas na Batalha de Leuctra, em 371 AC, terminou com o papel proeminente da cidade-estado na Grécia. No entanto, ela manteve sua independência política até a conquista romana, no ano de 146 AC.

Em seguida, passou por um longo período de declínio, de forma principal na Idade Média, quando excesso de espartanos se mudou para viver em Mystras. Na época moderna Esparta é a capital da unidade regional grega de Lacônia, um centro que processa produtos como frutas cítricas e azeitonas.

Na Segunda Guerra de Messina, Esparta se estabeleceu como um poder local no Peloponeso e resto da Grécia. Durante os séculos seguintes sua reputação como uma força de combate em terra foi inigualável.

Esparta

Esparta

Em tempos clássicos, Esparta, Atenas, Tebas e Pérsia tinham sido as principais potências que lutavam pela supremacia. Como resultado da Guerra do Peloponeso, Esparta, uma cultura continental, se tornou potência naval.

Durante a Guerra de Corinto, Esparta enfrentou uma coalizão dos principais estados gregos: Tebas, Atenas, Corinto e Argos, grupo apoiado pela Pérsia, cujas terras na Anatólia foram invadidas por espartanos.

Esparta conseguiu série de vitórias da terra, mas quase a maior parte dos navios foi destruída na batalha de Cnido por uma frota mercenária Greco-fenícia que a Pérsia tinha fornecido a Atenas. O evento danificou o poder naval dos espartanos em níveis consideráveis, mas não acabou com as aspirações deles de invadir a Ásia.

Depois de anos de luta, em 387 AC a Paz de Antalcidas foi estabelecida, segundo a qual todas as cidades gregas da Jônia voltariam ao controle persa e as fronteiras livres de ameaças.

Os efeitos da guerra serviram para reafirmar a capacidade da Pérsia em interferir com sucesso na política grega e afirmar posição hegemônica enfraquecida no sistema político grego.

Esparta entrou em seu declínio ao longo prazo, após uma derrota militar severa para Epaminondas de Tebas, na Batalha de Leuctra. Esta foi a primeira vez que um exército espartano perdeu batalha por terra. A cidade-estado nunca se recuperou das perdas que sofreram em Leuctra no ano de 371 AC. No entanto, foi capaz de continuar como potência regional por mais de dois séculos.

Durante as campanhas de Alexandre, no leste, o rei de Esparta (Agis III) enviou uma força de Creta, em 333 AC, com o objetivo de garantir a ilha. Agis assumiu o comando das forças gregas aliadas contra a Macedônia, ganhando os primeiros sucessos. Um grande exército macedônio marchou e venceu os espartanos em batalha campal.

Mais de 5300 espartanos e aliados foram mortos no combate. Agis, agora ferido e incapaz de ficar de pé, ordenou aos seus homens a deixá-lo para trás e enfrentar o exército macedônio.

De joelhos, o rei espartano matou vários soldados do inimigo antes de ser morto por um dardo. Alexandre forçou os espartanos a se juntarem à Liga de Corinto. Mesmo durante seu declínio, Esparta nunca esqueceu as reivindicações de ser o “defensor do helenismo” e a sagacidade lacônica que marcou a história do mundo clássico.

            Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier

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Categoria(s) do artigo:
Cultura

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