Como Uma Granada Funciona?

Armas com lugar garantido nas operações militares, as granadas foram criadas por volta do ano 1000 a.C. pelos chineses – uma das aplicações de sua revolucionária tecnologia da pólvora. Os europeus criaram suas próprias versões nos séculos 15 e 16, com resultados variáveis.

O desenho típico dessas granadas primitivas consistia de um recipiente metálico oco preenchido com pólvora. Os soldados simplesmente acendiam um pavio e arremessavam a granada, tão rápido quanto possível. No século 18, essas armas tinham caído em descrédito: não eram especialmente úteis para as batalhas da época e seu desenho simples as tornava extremamente perigosas.

A arma ressurgiu no século 20, com o desenvolvimento de novos modos de combate. Nas operações de trincheira da Primeira Guerra Mundial, os soldados podiam usar as granadas para eliminar ninhos de metralhadoras sem se revelar ao inimigo. Graças aos sistemas de ignição mecânicos, que tornaram as armas relativamente práticas e seguras, as granadas ocuparam seu lugar como um elemento indispensável nas operações militares modernas.

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Função e Fundamentos da Granada

De modo geral, uma granada é uma pequena bomba projetada para uso em curta distância. A idéia é muito simples: um material combustível é inflamado para produzir uma explosão – os gases se espalham muito rapidamente produzindo forte pressão expansiva. Os elementos essenciais de uma granada são o material combustível e o sistema de ignição.

Há vários tipos de materiais combustíveis usados em granadas, que geram diferentes tipos de explosão e efeitos: elas podem espalhar fogo, liberar fumaça, gerar um barulho intenso, gerar um clarão de luz ou liberar gases tóxicos.

Os sistemas de ignição podem ser de duas categorias: ignitores temporizados ou ignitores de impacto. A função de ambos é causar a explosão depois que a granada esteja a uma boa distância do arremessador. O ignitor em uma granada de impacto é ativado pela força da aterrissagem da granada no solo. Com uma granada temporizada, o arremessador aciona um deflagrador, mecanismo que detona a granada depois de certo tempo (geralmente, depois de poucos segundos).

Uma granada de impacto muito simples consiste de um recipiente cheio de nitroglicerina ou outro material que se incendeie facilmente quando agitado. Nesse caso, o próprio líquido inflamável é o ignitor. Uma granada temporizada simples, mas eficaz, é o coquetel Molotov, uma garrafa cheia de líquido inflamável com um pano preso a ela. O pano atua como um deflagrador grosseiro: o arremessador o acende e lança a garrafa. Quando a garrafa se quebra com o impacto, o líquido inflamável vaza e é incendiado pelo pano em chamas.

O problema com essas duas granadas é que elas podem explodir antes que o arremessador se livre delas. As granadas, mais apropriadas, usadas por soldados e policiais, possuem sistemas de ignição mais seguros e sofisticados.

Granada Temporizada

O tipo de granada temporizada mais comum no campo de batalha é a granada de mão de fragmentação. Essa granada é um dispositivo antipessoal e embora seja ineficaz contra veículos blindados, é muito útil para eliminar tropas inimigas nas proximidades. Para assegurar o máximo de danos, a carga explosiva da granada é projetada para reduzir o invólucro metálico em pequenos fragmentos que são lançados em todas as direções ao explodir.

Granadas dessa categoria, que representaram um papel de destaque na Primeira e na Segunda Guerra Mundial, no Vietnã e em muitos outros conflitos do século 20, são projetadas para serem duráveis e fáceis de usar e de produzir.

A carcaça externa da granada, feita de ferro fundido serrilhado, contém um mecanismo deflagrador químico circundado por um reservatório de material explosivo, além de um orifício de enchimento para verter o material explosivo.

O mecanismo de disparo é engatilhado por um percussor com carga de mola no interior da granada. Normalmente, o percussor é mantido no lugar pela alavanca percussora na parte superior da granada, mantida em posição pelo pino de segurança. O soldado segura firmemente a granada, de modo que a alavanca percussora seja empurrada para cima, puxa o pino para fora e arremessa a granada.

Com o pino removido, nada retém a alavanca em posição, o que significa que nada prende o percussor com carga de mola. A mola dispara o percussor para baixo, contra a espoleta. O impacto acende a espoleta, criando uma pequena faísca; A faísca acende um material de queima lenta no deflagrador. Em aproximadamente quatro segundos, o material de retardo queima completamente; A extremidade do elemento de retardo é conectada ao detonador, uma cápsula preenchida com mais material combustível. O material em chamas na extremidade do retardante acende o material no detonador, causando uma explosão no interior da granada; A explosão causa a ignição do material explosivo circundante, criando uma explosão muito maior, que estilhaça a granada; Os pedaços de metal da carcaça externa voam em grande velocidade, cravando-se em tudo o que estiver dentro de seu alcance. Esse tipo de granada pode conter arame serrilhado ou bolinhas metálicas adicionais para aumento dos danos resultantes da fragmentação.

Granadas de Impacto

As granadas de impacto funcionam como uma bomba lançada de um avião: explodem assim que atingem seus alvos. Normalmente, não são lançadas da mesma maneira que as granadas temporizadas. Em vez disso, para arremessar as granadas de impacto em alta velocidade usa-se um lançador de granadas.

As granadas de impacto devem permanecer desarmadas até que sejam disparadas de fato, porque qualquer contato acidental pode detoná-las. Como elas geralmente são atiradas de um lançador, precisam ter um sistema de armar automático. Em alguns projetos, o sistema de armar é disparado pela explosão do propelente que impulsiona a granada para fora do lançador. Em outros projetos, a aceleração da granada ou sua rotação durante o vôo arma o detonador.

Quando a granada é lançada ela começa a girar. Esse movimento é causado pelo formato e posição das aletas, além das ranhuras espiraladas no interior do cano do lançador de granadas.

O movimento rotativo da granada gera uma grande força centrífuga que empurra os pinos de contrapeso para fora. Quando eles se afastam o suficiente, liberam o mecanismo deflagrador, que salta para a frente na direção do nariz da granada. Quando a granada atinge o solo, a placa do nariz é forçada para dentro, conduzindo o pino de disparo contra a espoleta. A espoleta explode, causando a ignição do explosivo detonador e, conseqüentemente, do explosivo principal.

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Categoria(s) do artigo:
Cultura

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