Muitas coisas mudaram com o advento e difusão da internet, porém, ainda assim para grande parte das pessoas divertido mesmo é aproveitar um dia num belo parque de diversões. Para suprir essa necessidade existem diversos parques itinerantes, ou seja, parques que excursionam por diferentes cidades.
Esses parques levam as suas atrações e brinquedos para diferentes destinos, dessa forma sempre é possível dar uma volta de trem fantasma, curtir alguns momentos no carrossel entre outras coisas. No entanto, nos últimos anos esses parques têm enfrentado uma séria crise e precisaram reinventar a sua forma de se estabelecer.
Nova Estratégia
A principal dificuldade que os parques itinerantes enfrentam atualmente é a valorização sem precedentes dos terrenos das principais praças do país. Os proprietários desses parques têm preferido levar as suas atrações para cidades de pequeno e médio porte para conseguir uma margem de lucro maior. Basicamente a estratégia se trata de procurar opções longe das capitais de maneira a garantir que mesmo com uma margem de lucro não tão grande ainda seja possível sobreviver.
Moreno’s Park e Yupie Park
Esses são dois parques itinerantes tradicionais no Brasil e que estão adotando essa estratégia de fuga das principais capitais. O empreendimento tem mais de 70 anos no mercado e nos últimos anos não tem visitado a capital paulista devido a supervalorização dos preços dos aluguéis. Se tornou difícil para o parque ir para essa grande cidade.
Nesse ponto mora uma grande contradição ditada pelos elevados preços de aluguéis, pois São Paulo tem uma grande demanda de público. Contudo, os bons terrenos para parques itinerantes acabaram sendo vendidos para empresas concessionárias de automóveis ou mesmo para igrejas. O parque já foi montado num shopping center de São Paulo, mas nem essa opção tem se mostrado boa o bastante para contornar a crise. O faturamento médio dos dois parques itinerantes gira em torno de 2,5 milhões por ano.
Cidades Menores – Negócios Melhores
Os parques itinerantes têm vislumbrado em cidades do interior como Maringá, Bauru. Taboão da Serra entre outras boas oportunidades de faturamento. Essas cidades tem uma boa demanda de público e os seus terrenos podem ser alugados por valores mais em conta. Algumas dessas cidades geram um público de mais de um milhão de pessoas, um bom negócio.
Parque Tupã
O Parque Tupã é também um dos mais conhecidos do país no segmento de parques itinerantes. A sua atuação está mais concentrada na região do Sul do Brasil e também é possível observar uma redução de agenda em grandes praças. Esse parque tem estado em muitas cidades com até 150 mil habitantes, pois em vista da crise se tornou um negócio mais certeiro.
A administração do Tupã é feita pelo casal Hugo e Jerusa Mayer que começaram a sua história nesse ramo há mais de três décadas com uma barraca de tiro ao alvo. O empreendimento movimenta cerca de R$ 70 milhões por ano. Contudo, os milhões não devem enganar, pois com a crise é necessário ter pulso firme na administração para fechar as contas sempre no azul.
A grande questão administrativa dos parques itinerantes está no fato de que os custos fixos são bastante elevados. Para que o parque seja seguro para os visitantes é essencial que haja um bom investimento em manutenção. Apesar disso os administradores do Tupã ainda acham que os gastos mais difíceis de contornar são mesmo os imobiliários.
Aumento de Preços
Os administradores do Parque Tupã ressaltam que o aluguel das grandes praças do Sul tem aumentado e muito nos últimos anos. Nas capitais Curitiba e Porto Alegre o aluguel mensal chega a girar em torno de R$ 40 mil por mês numa área em que são usados apenas 15 mil metros quadrados. Já na cidade de Florianópolis o valor gira em torno de R$ 20 mil, no entanto, há algum tempo o valor girava em torno de R$ 5 mil para Floripa e R$ 8 mil para Curitiba.
Coney Island Park
Outro parque itinerante que se destaca no mercado é o Coney Island Park que entre a década de 1990 e o começo dos anos 2000 percorria cerca de 35 destinos por ano. Contudo, nos últimos 10 anos o parque tem feito somente eventos recorrentes no interior do estado de São Paulo, norte do estado de Minas Gerais e alguns no Paraná.
O parque tem feito uma média de apenas nove destinos por ano dentre os quais se destacam eventos como feiras e aniversários de cidades. Para tentar contornar a queda do faturamento por meios tradicionais os donos de parques itinerantes têm procurado fazer outros tipos de eventos. A ideia é repor o tanto que está sendo perdido.
Versatilidade
Uma das soluções encontradas pelos administradores dessa rede de parques é ter outros tipos de negócios em operação como parques dentro de shoppings. A empresa conta com o Parque do Gorilão dentro de shoppings. O parque está no mercado desde a década de 1940 e nunca parou de se reinventar para se manter ativo. A redução de destinos é a forma de enfrentar a crise da elevação dos preços dos aluguéis.
O Mercado de Parques Itinerantes no Brasil
Um levantamento realizado pela Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra) indica que existem oficialmente 48 empresas desse segmento em atividade no país. Porém, há que se observar que existe um forte mercado extraoficial que pode elevar esse número para até 100 empreendimentos.
Dentre os perfis de negócios do setor se destacam os empreendimentos de família que tem mais de três gerações de atuação. Esses negócios são os que se mostram mais difíceis de administrar já que tem elevados custos e os deslocamentos que são constantes para as pequenas e médias cidades do país não saem nada baratos.
Detalhes Desse Mercado
Elevado Custo Fixo
Apesar de ser um setor com grande faturamento há que se considerar que existe um grande desembolso com o deslocamento além da manutenção dos brinquedos o que acaba consumindo e muito a receita.
Os Impostos
No caso dos equipamentos importados eles constam como bens de consumo e não de capital e por isso acabam tendo uma carga tributária de cerca de 75% do seu valor.
Lembra do trenzinho de centopéia que você brincava no parque quando criança? Ele lembra de você!
Trem Abandonado
