O Aqueduto da Carioca, nome da famosa obra arquitetônica e muito famosa pelo nome de os Arcos da Lapa, está localizada no bairro da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. É definida por historiadores e arquitetos como a obra arquitetônica de maior porte empreendida no Brasil ao longo da fase colonial e, depois de sobreviver a diversas mudanças de ordem política, tornou se um dos cartões postais da belíssima cidade do Rio de Janeiro. Melhor dizendo, os Arcos da Lapa viraram um símbolo do lado histórico da cidade e do preservado bairro boêmio da Lapa.
Arcos Da Lapa: Obra Da Arquitetura Do Período Colonial Brasileiro
Foi no século dezessete, mais especificamente no ano de 1673, que teve início, devido a uma tomada de iniciativa da Câmara Municipal, a construção de canalizações com a finalidade de transportar as águas do Rio Carioca até a parte urbanizada da região do Rio de Janeiro. As águas desse rio tomavam o curso por canalizações muito precárias as quais se desembocavam numa localidade aos arredores do Convento de Santo Antonio.
canalizações
No ano de 1718, durante a gestão do governo de Antônio de Brito Freire de Menezes, o qual ocupou o cargo até o ano seguinte, teve início a construção da implementação dos canos de água por meio da Rua Evaristo da Veiga, que na época era chamada de Rua dos Barbonos. Na gestão do governo de Aires de Saldanha de Albuquerque Coutinho Matos e Noronha – o qual governou entre 1720 A 1725 –, as obras de canalização alcançavam o Campo da Ajuda, local no momento presente da Cinelândia, ainda nas redondezas da cidade daquele tempo.
Apesar da obra de melhoria, depois de alguns anos, mais especificamente no ano de 1727, muitas reclamações do cidadãos foram feitas devido à falta de água. Essa falta de água, era motivada pela atividade dos quilombolas – abrigos de escravos fugitivos os quais sobreviviam escondidos na mata. A fim de sobreviverem e ganharem tempo até conseguirem a carta de alforria, esses escravos rompiam os canos que passavam pela mata e levavam a água até a parte urbanizada do Rio de Janeiro. Ciente dessa ação, o governo daquele período determinou penas para as atividades de vandalismo que fossem encontradas na obra.
Em meados do século dezenove, na fase imperial da política brasileira e, tempos depois, vivendo o advento da República, novas alternativas para o abastecimento de água para os cidadãos da cidade do Rio de Janeiro foram colocadas em pauta e algumas, de fato, aplicadas. Décadas se passaram e, no ano de 1871, a obra de canalização alcançou o morro do Desterro, local da futura construção do Convento de Santa Teresa. Entretanto havia a necessidade de se ultrapassar um obstáculo: entre o morro e a parte mais urbanizada da cidade estavam cerca de trezentos metros de brejos e lagoas. A solução encontrada foi construir uma ponte para as águas através da milenar técnica inventada pelos romanos: os arcos.
O aqueduto, desde o ano de 1896 começou a ser implementado como viaduto para os inovadores bondes de ferro da Companhia de Carris Urbanos, a mais importante forma de acesso de quem estava no centro e deseja ir para os altos do bairro de Santa Teresa, fato que permanece até o tempo presente. Mantidos pelo poder público, no presente momento, os famosos arcos coloniais viraram cenário dos mais variados eventos públicos, como as celebrações da Semana Santa e o tradicional Auto de Natal da cidade do Rio de Janeiro.
Como Começou a Tradicional Boemia Do Bairro Da Lapa
O bairro da Lapa, famoso pela boemia carioca, tem como mais significativo símbolo os Arcos da Lapa, que como dito anteriormente são a construção arquitetônica de maior porte feita no Brasil ao longo do Brasil Colônia. A ocupação da região do que hoje é o bairro da Lapa começou por volta do ano de 1808, especialmente motivada depois do desembarque da Família Real portuguesa que trouxe toda uma comitiva de cortesãos e os integrantes da burocracia governamental, que tinham fugido da guerra que se passava na Europa. As antigas chácaras e quintas da Lapa passaram a dar espaço para os modernos e aristocráticos sobrados. Em poucas décadas o espaço urbano desse bairro tinha o tamanho triplicado.
Já no século vinte varias obras com a finalidade de modernizarem o bairro foram feitas, sendo que as avenidas foram o tipo de obra mais implementado. A gestão do governo de Pereira Passos praticou desapropriações e demolições da região central da Lapa, desabrigando diversos trabalhadores e expulsando muitos outros moradores de rua. Ainda no período do mesmo governo de Pereira Passos, o bairro da Lapa recebeu ares da França, devido à arborização do Largo, à recuperação do Passeio Público e, por fim, à construção do lampadário.
Depois dos projetos urbanísticos citados acima, quase no fim do século vinte, que o bairro da Lapa passou a ter uma vida noturna bem agitada. Clássicos cabarés e charmosos restaurantes deram espaço para abrigar pessoas em busca de entretenimento de vários estilos. Já num tempo mais recente, durante os anos sessenta e setenta, a Lapa viveu uma queda de freqüentadores, mesmo havendo a permanência de alguns bares e restaurantes antigos.
No começo dos anos oitenta, o bairro da Lapa começou a viver pequenas iniciativas que visavam revisitar a vida noturna com shows no Circo Voador e concertos da Sala Cecília Meirelles. Essas iniciativas fizeram com que nos anos noventa as casas da Rua da Lapa atraíssem mais e mais eventos culturais e festas para todos os tipos de tribos da cidade e de quem estava fazendo turismo. À passos vagarosos, foi que então a revitalização do bairro teve início. Desde os anos dois mil, o bairro da Lapa consolidou a imagem de ser um local acolhedor das mais diferentes pessoas e personalidades, com eventos a todo momento no Circo Voador e na Fundição Progresso. Cerca de mais de cem mil pessoas a cada semana visitam a região de acordo com pesquisas.
Link Interessante:
Quer saber quais são esses eventos, bares e casas noturnas que tanto atraem os moradores locais e os turistas? Acesse o link abaixo e confira a lista dos locais mais charmosos da Lapa:
