Por anos Lance Armstrong carregava uma carga crescente de acusações de doping. Mas o sucesso continuou constante, acumulando fãs, riqueza e respeito ao longo do caminho. Em um dia, o ciclista de renome e sobrevivente de câncer perdeu grande contrato de patrocínio com a Nike e a presidência da instituição de caridade que ele fundou no final dos anos noventa do século XX.
Grandes Escândalos Do Esporte: Lance Armstrong
Armstrong Ladeira Abaixo
A Nike, que inicialmente ficou ao lado de Armstrong, viu a imagem cair com a declaração concisa citando o que chamou de “evidência insuperável” que ele participou de doping. Poucos momentos da citação do atleta a marca rompeu o contrato. Horas mais tarde a cervejaria Anheuser-Busch seguiu o exemplo, dizendo cancelando vínculo contratual que duraria até o final do ano de 2012.
Nike e Anheuser-Busch disseram que ainda pretende apoiar Livestrong e as iniciativas. A American Câncer Society, que teve um longo relacionamento com Armstrong, disse apenas que iria continuar a colaborar.
Armstrong Ladeira Abaixo
Armstrong do cargo de presidente da caridade de câncer Livestrong “para poupar a instituição de quaisquer efeitos negativos, como resultado da controvérsia em torno de minha carreira no ciclismo”, segundo um comunicado publicado ao site do Grupo. Pretende permanecer a bordo da instituição de caridade no setor de administração, mas entregou as rédeas para Jeff Garvey.
O movimento aconteceu uma semana depois da Agência Antidoping dos EUA detalhar o que chamou de evidência “esmagadora” no envolvimento de Armstrong como ciclista profissional “no mais sofisticado programa de doping, profissionalizado e bem sucedida de todos os tempos”. Sete vezes campeão do Tour de France negou as acusações no período inicial da acusação e legiões de fãs e simpatizantes corporativos havia apoiado a sua defesa até o momento da confissão.
07 Vezes Campeão Do Tour De France
Armstrong fundou a Livestrong em 1997 depois de seu próprio tratamento e o sucesso na luta contra o câncer testicular que se espalhou para o cérebro e os pulmões. Ele voltou da doença aparentemente mais forte do que nunca, vencendo o primeiro dos sete títulos na França menos de três anos depois que foi diagnosticado, no ano de 1996.
Seu sucesso inspirou pacientes com câncer em todo o mundo, espalhando o alcance para além de o mundo insular de ciclismo e cimentou o lugar na cultura da celebridade. Ficou rico, famoso como uma estrela do rock, apareceu em filmes. As pulseiras brilhantes e amarelas “LIVESTRONG” foram distribuídas por caridade e se tornou símbolo potente para a perseverança em face da adversidade.
No ano de 2002 uma investigação de 21 meses sobre as alegações que a equipe de Armstrong utilizava substâncias proibidas durante o Tour de France 2000 fechado depois de não encontrar qualquer evidência de uso de drogas ilegais.
Mais tarde, ele processou o autor de um livro que o acusou de ter usado substâncias dopantes. No ano de 2010, o ex-companheiro de equipe, Floyd Landis, o acusou de doping. Os procuradores federais também olharam às acusações, mas fecharam o caso em fevereiro de 2011 sem acusações prementes.
Em seu relatório divulgado no final de 2012 a Agência Antidoping EUA fez testemunho público de companheiros da equipe de Armstrong e outros que disseram que ele estava entre os membros da equipe que usaram medicações proibidas para melhorem o desempenho.
O relatório é parte do pedido de funcionários internacionais de ciclismo para tirar os sete títulos de Turismo da France. O Comitê Olímpico Internacional também está analisando as provas e poderia considerar a revogação da medalha de bronze de Armstrong a partir dos Jogos de Sydney 2000. Ele está proibido de competir em eventos sancionados por organismos americanos Olímpicos.
Armstrong disse que nunca falhou no teste de drogas e negou participar em quaisquer práticas proibidas. Advogado, Tim Herman, chamou o relatório na semana passada de “trabalho de machado de um lado” e uma “caça as bruxas”.
Com Vergonha De Armstrong Alguma Coisa Cai Mudar?
Até agora os problemas de Armstrong não afetou a capacidade da instituição de caridade para arrecadar dinheiro, de acordo com porta-voz da Livestrong, Katherine McClane. As doações para a caridade na verdade cresceu desde agosto, quando Armstrong anunciou que estava terminando sua luta legal para interromper a investigação.
Isso porque, de acordo com McClane, o principal público da instituição de caridade, pacientes de câncer e suas famílias, não estão perturbados por problemas de Armstrong. De acordo com a Livestrong, Armstrong ajudou a levantar verbas à instituição em cerca de US$500 milhões, incluindo US$6,5 milhões do próprio bolso para a investigação do cancro, tratamento e apoio em seu papel como fundador que investe para “dissipar o estigma e equívocos sobre a doença”.
Howard Bragman, especialista em comunicação de crise e vice-presidente da Reputation.com, empresa de gerenciamento de reputação online em Los Angeles, disse que o futuro da Livestrong é incerto. “Eu, pessoalmente, espero que Livestrong seja mais forte do que Lance Armstrong porque fizeram – e continuam a fazer – trabalho incrível para pessoas com câncer”, disse à CNN em uma entrevista por telefone.
Mas ele disse que tinha pouca dúvida de que o impacto sobre Armstrong seria desvantajoso. “Não existe nada pior do que isso, OK?” ele disse à CNN. “Imagine perder o prestígio de todos os seus títulos de Turismo da France, milhões em endossos, descer da organização que ama e fundou. Que tem sido sua missão pública”.
Oprah Winfrey fala com o Lance Armstrong durante uma entrevista sobre a polêmica em torno de sua carreira no ciclismo na segunda-feira, 14 de janeiro, em Austin, Texas. Esta foi à primeira vez em que o atleta se revelou ao público de maneira assumida com relação ao uso de substâncias ilegais para vencer as provas depois de sofrer com câncer.
“Se você está me perguntando eu quero competir novamente, a resposta é o inferno sim. Eu sou um competidor”, disse Armstrong durante a segunda parte que conceder à Oprah. “Eu não posso mentir para você. Adoraria ter a oportunidade de ser capaz de competir, mas isso não é a razão da confissão. Francamente, isso não pode ser a resposta mais popular, mas eu acho que mereço”, disse ele.
Artigo Escrito Por Renato Duarte Plantier
