Com campeonato nacional em ascensão, Brasil é um dos melhores do mundo no poker

Nos últimos 10 anos, poucos esportes cresceram mais do que o poker no Brasil. A bordo do Campeonato Brasileiro de Poker (BSOP), que hoje é o principal circuito do hemisfério sul, o esporte das cartas cresceu exponencialmente.

O entusiasmo por ele não demonstra quaisquer sinais de declínio e tudo isso é acompanhado por uma geração de grandes competidores que colocam o país na prateleira de cima do poker.

Os números comprovam o crescimento e o tamanho do BSOP. Criado em 2006, o circuito alcança estatísticas simplesmente espetaculares. Em 2015, por exemplo, ele se tornou o segundo maior torneio do mundo com mais de 3 mil competidores participantes na etapa final.

Disputado no formato de etapas, geralmente o BSOP conta com sete ao todo e a última, que é chamada de Millions, atrai competidores de todos os cantos do Brasil e até mesmo estrangeiros.

“A gente espera o ano todo, planejando e trabalhando, para realizar um BSOP Millions de muita qualidade. Quando esse momento chega, é muito gratificante e muito legal. O BSOP Millions acontece com 145 mesas. No primeiro, eram com apenas quatro”, afirma Devanir Campos, diretor do BSOP.

O crescimento dessa competição se reflete no número de praticantes no país. Atualmente, estima-se que mais de 8 milhões de pessoas praticam o esporte, um número que nunca esteve tão alto. Em 2013, aproximadamente 5 milhões disputavam o poker, o que representa um crescimento gigantesco em apenas cinco anos.

“Todo crescimento do poker é resultado de muito trabalho de todas as partes e não vai parar por aí. O potencial desse esporte no Brasil é gigantesco”, afirma Campos.

O aumento cada vez maior do número de entusiastas do poker no país está intrinsecamente relacionado com o surgimento frequente de novos clubes especializados.

São mais de 500 confrarias dedicadas para esse esporte no país. E elas estão espalhadas por todas as regiões. Um fato que prova que a modalidade não está nem um pouco concentrada apenas no eixo Rio-São Paulo.

A força do poker nacional em diversos Estados e regiões está perfeitamente demonstrada nos campeões do importante Campeonato Brasileiro de Poker por Equipes (CBPE).

BSOP já é um torneio de projeção mundial

BSOP já é um torneio de projeção mundial

A competição foi criada em 2013 para estimular a competição sadia entre os Estados e desde então todos os vencedores foram de seleções estaduais diferentes: Rio de Janeiro (2013), Amazonas (2014), Acre/Rondônia (2015), Santa Catarina (2016), São Paulo (2017) e Paraná (2018).

“Acreditamos, com base em números médios de outros países, que poderemos atingir cerca de 10% da população nos próximos anos. A explosão ainda está por vir”, afirmou Igor “Federal” Trafane, ex-presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH). Já Uelton Lima, atual presidente da CBTH, disse em 2017 que a meta é dobrar o número adeptos do poker em três anos.

O nível do poker disputado aqui se reflete no sucesso dos competidores nacionais em competições de cunho mundial. Atualmente, quatro atletas do Brasil já venceram o cobiçado World Series of Poker (WSOP), que é considerado o circuito mais importante do planeta.

Um fato interessante é que o quarto vencedor surgiu recentemente. Em junho desse ano, o goiano Roberly Felício foi o grande campeão e levou para casa a quantia de US$ 1 milhão. Para chegar ao histórico título, ele teve que superar mais de 13 mil competidores em uma etapa histórica.

Roberly se tornou um dos maiores nomes do poker brasileiro

Roberly se tornou um dos maiores nomes do poker brasileiro

O WSOP foi vencido por um brasileiro pela primeira vez há aproximadamente uma década. Em 2008, Alexandre Gomes, então com 25 anos, entrou para a história do Brasil nesse esporte ao derrotar mais de dois mil adversários na conquista.

Além da trajetória bem-sucedida no WSOP, o Brasil tem campeões em diferentes níveis que elevam ainda mais o nível do jogo de poker disputado no país. Um dos melhores competidores é Felipe Mojave, que atualmente é o brasileiro com melhor ranking mundial.

Segundo o ranking do Global Poker Index (GPI), que tem como base praticamente todos os competidores profissionais do planeta que disputam torneios relevantes, Mojave aparece na 83ª colocação, uma posição de respeito tendo em conta a magnitude do ranking.

A consistência de Mojave é impressionante, visto que desde 2016 ele está no ranking dos 100 melhores do mundo no GPI.

A boa reputação do país em torneios ao vivo é, talvez, ainda maior quando o assunto é poker online. Entre os 65 melhores do mundo, de acordo com o respeitado ranking da PocketFives, o Brasil tem oito competidores. Essa é a segunda melhor marca da atualidade, atrás apenas da Suécia (11).

Há tempos que o brasileiro de melhor ranking online é o belo-horizontino João Simão. Atualmente, ele aparece com a 16ª colocação mundial, mas já chegou a ocupar a primeira posição, um feito de muito orgulho para o poker nacional.

“Qualquer jogador profissional deve se superar a cada dia, sendo sempre melhor que ontem. Hoje, acredito ter equilibrado minha vontade de me superar fora das mesas. E é provavelmente por isso que me considero sim no meu melhor momento, mesmo ainda longe de onde quero chegar”, afirmou Simão em 2016 após chegar à primeira colocação do ranking.

Surfando no crescimento do poker estão as celebridades. Nomes consagrados que estão frequentemente na mídia como Felipe Massa, Henrique Fogaça, Fernando Scherer, Denílson, Maurren Maggi e tantos outros já disputaram competições importantes.

Nesse quesito, o Brasil segue o passo dos Estados Unidos, por exemplo, em que famosos como Ben Affleck, Matt Damon e Michael Phelps são outros apaixonados pelo esporte das cartas.

Se em pouco mais de 10 anos o poker brasileiro cresceu tanto, a expectativa para o futuro não poderia ser mais animadora. Por tudo que se viu até o momento, a modalidade tem tudo para se consolidar cada vez mais como importante no país e seguir em expansão tanto em popularidade quanto em qualidade.

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Esporte

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