A Sífilis é uma doença transmitida sexualmente que está há milênios trazendo problemas para a humanidade. Contudo, trata-se de uma enfermidade facilmente curável com apenas algumas doses de Penicilina. Parece contraditório que uma doença que leva tantas pessoas a óbito todos os anos também seja uma das que possui tratamento relativamente simples.
O Que é Sífilis Adquirida?
A sífilis é uma doença infecciosa, transmitida sexualmente, que tem como característica a lesão das mucosas e da pele, evoluindo lentamente em três estágios. Ela é transmitida por uma bactéria chamada Treponema pallidum e afeta apenas o ser humano.
Além de ser transmitida através de relações sexuais, a doença também pode ser transmitida na gravidez, de mãe para filho. Antigamente, havia casos de pessoas que adquiriam a sífilis por transfusão de sangue, mas hoje em dia, devido a modernos testes feitos no sangue e destinados a esse fim, esse risco praticamente não existe mais.
Os sintomas são bem variados e dependem do estágio em que a doença se encontra. O diagnóstico é realizado através de teste sorológico, e é importante que o paciente se submeta a esse exame se tiver suspeitas, pois se a descoberta da doença for feita em seu início, o tratamento será mais fácil e as chances de sequelas serão menores.
Os Quatro Estágios da Sífilis Adquirida
A doença possui uma linha de evolução que se divide em quatro estágios que recebem os nomes de: Primário, Secundário, Latente e Terciário. A seguir vamos explicar melhor o que acontece em cada estágio de evolução da enfermidade.
Estágio Primário
A primeira etapa de desenvolvimento da Sífilis Adquirida é aquela em que a bactéria Treponema pallidum entra na mucosa da pele tendo assim acesso a corrente sanguínea e linfática do indivíduo. Em seguida se dá o período de incubação aquele que inicia no contato com a doença e vai até a formação da lesão ulcerada no genital e que geralmente é indolor. Esse período pode ser composto de três a seis semanas, contudo, em algumas pessoas pode levar entre 10 e 90 dias.
É importante dizer que algumas pessoas apresentam resposta imunológica positiva evitando que se forme a lesão ou pelo menos contribuindo para a sua cicatrização mais rápida. No entanto, mesmo nesses casos isso não é o suficiente para a eliminação dessa bactéria. Basta um período entre quatro e dez semanas para que a bactéria responsável pela Sífilis se espalhe pelo organismo dando início ao segundo estágio da doença.
Estágio Secundário
Na segunda fase da doença a bactéria já se espalhou por outras partes do corpo dando origem a sintomas diversos como febre, formação de ínguas, queda de cabelo e pelos, dores musculares e o aparecimento de manchas vermelhas que podem estar presentes até na palma das mãos. Todas as lesões formadas são contagiosas porque possuem a bactéria Treponema, porém, as que aparecem na boca são as que mais suscitam preocupação.
Estágio Latente
Identificando esse caos o organismo do indivíduo passa a produzir uma grande quantidade de anticorpos de maneira que contribui para que a doença entre em estágio de latência que pode durar muitos anos. Estatisticamente cerca de 1/3 dos casos de Sífilis em estágio latente evoluem para o estágio terciário.
Estágio Terciário
Os pacientes que tem a doença evoluída para esse estágio podem apresentar comprometimento do sistema nervoso central (cerca de 5% a 10%) e do sistema cardiovascular (entre 80% e 85%). Nesses casos a doença pode apresentar sérios quadros inflamatórios que se desenvolverão ao longo de meses ou anos.
Em geral as complicações cardiovasculares, como lesões das válvulas do coração e aneurismas da aorta, levam em torno de dez anos para se manifestar contando a partir do contato com a bactéria. No caso de complicações do sistema nervoso é possível que se manifestem até seis meses depois do contato com a bactéria sob a forma de meningites.
Os casos de neurosífilis que levam mais tempo para se manifestar podem incluir problemas de locomoção, paresias e até mesmo perda de sensibilidade. Alguns indivíduos desenvolvem o que ficou popularmente conhecido como ‘paresia geral dos insanos’ que se caracteriza pelo comprometimento da memória, maior irritabilidade e possíveis alterações de humor e personalidade.
Diagnóstico de Sífilis Adquirida
O diagnóstico dessa doença é feito através da confirmação da presença do Treponema pallidum no organismo do indivíduo. Uma forma de fazer essa identificação é por meio de observação microscópica de material retirado da lesão do paciente. Há ainda a possibilidade de fazer o diagnóstico sorológico que consiste em fazer testes em busca de reações que indiquem a presença do Treponema. Exames que analisam o comprometimento do sistema nervoso também podem funcionar como diagnóstico.
Tratamento
O tratamento da Sífilis é feito basicamente com a aplicação de doses de Penicilina. É essencial que as pessoas mantenham o hábito de fazer exames de sangue com frequência, pois eles identificam a presença da bactéria no organismo permitindo iniciar o tratamento o mais rápido possível em caso de diagnóstico positivo.
