Piso Salarial dos Professores

Um assunto bastante polêmico e que causa grande revolta em boa parte da sociedade é o piso salarial dos professores. O salário é motivo de discórdia e inúmeros protestos uma vez que os professores ainda recebem muito pouco para trabalhar muito. O último reajuste do piso salarial da classe foi feito no início de 2014.

O reajuste anunciado pelo Ministério da Educação foi para professores da educação básica (ensinos fundamental e médio). Esse reajuste foi de 8,32% o que fez com que o valor subisse para R$ 1.697. Um ponto positivo é que o reajuste de 2014 foi maior do que o de 2013, porém, se manteve abaixo do reajuste de 22,2% feito entre 2011 e 2012.

O Reajuste nos Últimos Cinco Anos

O reajuste dos últimos cinco anos do piso salarial dos professores que cumprem uma carga horária de 40 horas semanais foi de 65,5%. Observando o piso atual percebemos que é baixo, porém, já foi uma grande batalha para chegar a esse valor. Em 2010 o piso salarial era de R$ 1.024,67.

Subiu para R$ 1.187,08 em 2011 e para R$ 1.451,00 em 2012. No ano de 2013 foi para R$ 1.567,00 chegando finalmente a R$ 1.697,00 em 2014. Mas, afinal como é feito esse cálculo do reajuste? A seguir vamos explicar em que o MEC se baseia para chegar ao piso.

O Cálculo do Reajuste

O reajuste salarial dos professores é feito anualmente de acordo com uma lei de 2009. Todo mês de janeiro é realizado o cálculo tomando como indicador do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Nesse fundo são reunidos tributos e um complemento da União que são repassados para os governos estaduais e municipais.

Tendo como base as estimativas de arrecadação se chega a um valor mínimo investido por aluno da educação básica. A variação desse valor tem impacto direito na variação do salário dos professores. O piso salarial é o valor mínimo que pode ser pago para professor da educação básica.

Além do salário a legislação de 2009 observa questões como condições de trabalho dos professores estipulando jornada de no máximo 2/3 da carga horário para realizar atividades de interação com alunos sobrando tempo para outras atividades como planejamento das aulas.

Dificuldades dos Professores

Todos os anos são noticiados greves e protestos dos professores em busca de melhores salários. Isso se deve ao fato de que o salário mesmo aumentando com o passar dos anos ainda está longe de ser o ideal para um profissional tão importante no mercado de trabalho.

A educação pública no país é um dos principais pontos que precisam de investimento e mais atenção por parte dos governantes. Os professores das redes municipal e estadual ensinam milhões de crianças a ler e escrever além de fomentarem os seus sonhos e desejos de evoluir na vida através do estudo.

Porém, é difícil que uma pessoa que não ganha o suficiente para viver com qualidade possa se sentir motivada a desempenhar o seu trabalho. Muitos professores precisam sustentar as suas família com esse salário e ao passo que os salários crescem de forma tímida os preços dos alimentos e artigos de higiene aumentam assustadoramente. A grande dificuldade dos professores é equilibrar o tanto que recebem com o tanto que precisam para manter a sua casa.

Conflitos Sociais

Obviamente o piso salarial e as dificuldades dos professores causam alguns conflitos sociais. A proximidade da realização da Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil ajudou a fervilhar um caldeirão de insatisfação que estava sendo aquecido há muito tempo. Tanto é assim que no dia de apresentação da seleção brasileira na Granja Comary em Teresópolis houve um protesto diante do hotel em que os jogadores se reuniram e também na chegada deles ao local de apresentação.

O protesto mais significativo foi aquele em que professores e outros manifestantes colaram adesivos no ônibus que transportava os jogadores. Um protesto pacífico e organizado em que a mensagem foi passada através dos adesivos e também por meio de cartazes em que se liam frases como “Pode acreditar, educador vale mais do que o Neymar” e “Tem dinheiro para a Copa, mas não tem dinheiro para a educação”.

Greve

Professores estaduais e municipais do Rio de Janeiro entraram em greve no dia 12 de maio de 2014 reivindicando melhores salários e redução da carga horária de 40 para 30 horas semanais além de plano de carreira e eleição direta para diretores de escola. A Copa ajudou a acirrar ainda mais os ânimos em especial pelo fato dos atrasos propositais nas obras para que houvesse mais dinheiro envolvido.

Cada vez mais a população está saindo as ruas em busca de seus direitos e para demonstrar que está descontente com a realização do mundial que na visão de boa parte desses manifestantes apenas trouxe prejuízos para o país.

Levante Contra a Copa

O Brasil é um país visivelmente deficiente em questões públicas como saúde e educação o que se contrapõem aos investimentos para realização de uma Copa do mundo que demanda inúmeros investimentos dentre os quais grande parte são considerados elefantes brancos que não irão beneficiar em nada o país.

Protestos inteligentes e pacíficos em busca de melhorias salariais e de condições de trabalho são sempre importantes para que se possa melhorar a educação. Quem ganha e muito com melhorias para os professores é o país já que passa a contar com profissionais mais motivados para fazer o seu melhor para a educação das crianças.

O Futuro do Brasil

Crianças que recebem uma boa educação tem muito mai chances de seguir num caminho correto na vida. O Brasil precisa e merece pessoas qualificadas que possam trabalhar para que o país cresça nas áreas de ciência e tecnologia. Isso somente é possível quando existe um incentivo desde criança para os estudos. Profissionais que não tem que se preocupar em fazer malabarismos financeiros para sobreviver trabalham muito melhor.

A figura do professor da educação básica é muito importante para que as crianças tenham o incentivo de que precisam para continuar seus estudos em busca de melhores oportunidades. Valorizar os professores é valorizar o povo brasileiro e o Brasil como um todo.

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Categoria(s) do artigo:
Brasil

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