Plano Marshall: Características Gerais

O Plano Marshall (oficialmente o Programa de Recuperação Europeia – ERP, sigla em inglês) foi o projeto norte-americano para ajudar a reconstruir economias europeias após o fim da Segunda Guerra Mundial. Ferramenta para evitar a propagação da União Soviética Comunista.

Plano Marshall: Características Gerais

Plano Marshall: Características Gerais

Esteve em operação por quatro anos, com início em abril de 1948.  Os objetivos propagados pelos Estados Unidos estavam em reconstruir a região devastada pela guerra, remover as barreiras comerciais, modernizar a indústria e tornar próspera a Europa.

Iniciativa nomeada pelo secretário de Estado, George Marshall. O Plano teve apoio bipartidário em Washington, onde a republicanos controlaram o Congresso e os democratas a Casa Branca.

Na prática o Plano foi do Departamento de Estado, de diversos funcionários, em especial William L. Clayton e George F. Kennan.  Marshall falou da necessidade urgente de ajudar a recuperar a Europa no discurso que fez na Universidade de Harvard, no mês de junho de 1947.

Convite à URSS

O plano de reconstrução desenvolvido em um encontro dos Estados europeus participantes foi criado em 05 de junho de 1947. Ele ofereceu a mesma ajuda à União Soviética e aliados, que se recusaram para não permitir um grau de controle dos EUA sobre as economias comunistas.

Durante os quatro anos que o plano era operacional os EUA gastou US$ 13 bilhões em assistência econômica e técnica para ajudar na recuperação dos países europeus que se juntaram na Cooperação Econômica Europeia. O Plano Marshall foi substituído pelo Plano de Segurança Mútua, no final de 1951.

Convite à URSS

Convite à URSS

Europa Industrial e Modelo Norte-Americano

O Programa de Recuperação Europeia – ERP – tentou abordar cada um dos obstáculos para a recuperação do pós-guerra. O Plano olhou para o futuro e não focou nos destroços causados nas batalhas.  O foco se concentrou nos esforços para modernizar Europa industrial e práticas de negócios com uso de modelos americanos de alta eficiência, redução de barreiras comerciais artificiais e incentivo ao sentimento de esperança.

Em 1952, como o financiamento acabou a economia de cada participante tinha ultrapassado os níveis de pré-guerra para todos os beneficiários do Plano Marshall. A saída, no ano de 1951, teve 35% de gastos maiores do que 1938. Ao longo das próximas duas décadas a Europa teve crescimento sem precedentes e prosperidade, mas os economistas não tem certeza da proporção de ajuda do ERP no processo.

A interpretação americana comum do papel do programa na recuperação europeia é o expresso por Paul Hoffman, chefe da Administração de Cooperação Econômica, em 1949, quando disse ao Congresso que o Plano Marshall oferece “margem crítica” dos investimentos necessários para recuperar a Europa.

O Plano Marshall foi um dos primeiros elementos da integração europeia, já que apagou as barreiras comerciais e criou instituições para coordenar a economia em nível continental. Ou seja, estimulou a reconstrução política total de Europa Ocidental.

O historiador de economia Herman Van der Wee, da Bélgica, conclui que o Plano Marshall teve “grande sucesso”: “Ele forneceu novo impulso para reconstruir a Europa Ocidental e contribuiu de forma decisiva para renovar o sistema de transportes, equipamentos industriais e agrícolas, a retomada da produção normal, o aumento da produtividade e em facilitar o comércio”.

Eventos Iniciais Pós-Guerra e Plano Marshall

Até o final de Segunda Guerra Mundial, grande parte da Europa estava devastada. Bombardeio aéreo sustentado tinha danificado a maioria das grandes cidades e instalações industriais.

Os fluxos de comércio ficaram interrompidos, milhões estavam em campos de refugiados que vivem da ajuda subsidiada pelas nações unidas. A escassez de alimentos foi grave, em especial no duro inverno entre 1946 e 1947.

Em especial foi danificada a infraestrutura de transporte, como ferrovias, pontes e docas visadas por ataques aéreos, enquanto grande parte marinha mercante tinha sido afundada.

Embora a maioria das pequenas cidades e aldeias não tinha sofrido danos a se considerar, a destruição de transporte feriu o ciclo econômico. Nenhum desses problemas poderia ser corrigido, grande parte das nações envolvidas na guerra tinha esgotado os tesouros na execução.

As únicas grandes potências cuja infraestrutura não foi prejudicada na Segunda Guerra Mundial foram os Estados Unidos e Canadá. Na prática estavam mais prósperos do que antes da Guerra, embora as exportações fossem pequenos atores das economias.

Não se pode ignorar o fato de que a maior parte da ajuda do Plano Marshall foi usada por europeus para comprar bens manufaturados e matérias-primas dos Estados Unidos e Canadá.

Recuperação Da Economia Da Europa Pós-Guerra

Na fome do inverno de 1947, aconteceram milhares de protesto na Alemanha Ocidental contra a situação alimentar. Economias da Europa estavam se recuperando de modo lento, como o desemprego e a escassez de alimentos que levou a greves e distúrbios em vários países.

No ano de 1947 as economias europeias ainda estavam bem abaixo dos níveis pré-guerra e demostravam poucos sinais de crescimento. A produção agrícola foi de 83% acima níveis de 1938, a industrial ficou na casa dos 88% e as exportações: 59%. Vale ressaltar que na Grã-Bretanha, a situação não era grave como nos outros centros da Europa.

Crise Na Alemanha

Na Alemanha entre 1945-1946 a habitação e alimentos das condições eram ruins, como a interrupção do transporte, mercados e finanças que desaceleram um retorno ao normal.

No Ocidente, o bombardeio destruiu 5.000 mil casas e apartamentos, deixou 12 milhões de refugiados do Leste. A produção de alimentos foi de apenas dois terços do nível pré-guerra em 1946-1948, enquanto o grão normal e embarques de carne não chegaram do Oriente. Além disso, terminaram os grandes carregamentos de comida de nações ocupadas que tinham sustentado a Alemanha durante a guerra.

Durante os três primeiros anos de ocupação da Alemanha, o Reino Unido e EUA seguiram o programa de desarmamento militar alemão, em parte pela retirada dos equipamentos, mas, de modo principal, por meio do embargo à importação de matérias-primas.

Nicholas Balabkins conclui que “enquanto a capacidade industrial alemã foi mantida ociosa a recuperação econômica da Europa esteve adiada”. Em julho 1947, os EUA perceberam que o ato de recuperar não poderia ir adiante sem a reconstrução da base industrial alemã, retomando o processo de estabilidade na economia no país. Além disso, a força dos partidos comunistas de Moscou controlados na França e Itália preocupava Washington.

Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier

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Categoria(s) do artigo:
Economia

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