Primeiro Livro de Romance do Mundo Moderno: Dom Quixote de La Mancha

Grande parte dos especialistas aponta Dom Quixote de La Mancha como o primeiro romance escrito e publicado na época moderna, no começo do século XVII.

Em julho de 1604, Cervantes vendeu os direitos da primeira parte para o editor-livreiro Francisco de Robles, por valor desconhecido. A licença para publicar foi concedida em setembro, a impressão concluída no mês de dezembro.

Primeira Edição: Don Quixote nas Américas

“Don Quixote, Parte I” saiu em 16 de janeiro de 1605. A novela foi sucesso imediato! A maioria dos 400 exemplares da primeira edição precisou ser enviada para o Novo Mundo. A editora tinha esperança de obter melhores preços nas Américas.

Embora grande parte tenha desaparecido em naufrágio perto de Havana, cerca de setenta unidades atingiram Lima, região na qual foram enviadas para Cuzco – coração do extinto Império Inca!

Por volta de agosto de 1605 houve duas edições em Madrid, Valência e Lisboa. A segunda foi produzida com copyrights adicionais para Aragão de Portugal, garantidos pela editora de Francisco de Robles. A venda dos direitos de publicação trouxe a Cervantes maior lucro do que o primeiro lote da primeira parte do ano.

Don Quixote

Don Quixote

Em 1607 uma edição foi impressa na cidade de Bruxelas. A editora de Madrid (de Robles) achou necessário atender à demanda com a terceira edição, em 1608. A popularidade do livro na Itália era tal que um livreiro milanês emitiu uma edição italiana no ano de 1610.

No entanto, outra frota foi chamada para Bruxelas no ano de 1611. O romance é acreditado por ter vendido mais de 10 milhões de cópias em todo o mundo em época na qual grande parte dos trabalhadores não era alfabetizada.

Em 1613, Cervantes publicou versão dedicada ao mecenas da época, o Conde de Lemos. Oito anos e meio após a “Primeira Parte” surge o indício da “Segunda Parte”. “Você verá em breve”, diz Cervantes, “as novas aventuras e humores de Dom Quixote e de Sancho Pança”.

Don Quixote Parte II: Características Gerais das Edições

“Don Quixote, Parte II” foi publicado pela mesma prensa do trabalho antecessor. Surgiu no final de 1615 e de modo rápido reimpresso nas regiões de Bruxelas, Valencia (1616) e Lisboa (1617).

“Parte dois” capitalizou o potencial do primeiro trabalho ao desenvolver e diversificar o material sem sacrificar a familiaridade. Certas pessoas concordam que a obra é mais rica e profunda. “Partes um e dois” foram publicadas em edição especial de Barcelona no ano de 1617.

Há dezenas traduções do livro adaptadas por vezes em versões encurtadas. Edições derivadas também foram escritas na época, como era o costume dos escritores invejosos ou inescrupulosos.

Sete anos após a primeira publicação surgiram de modo oficial traduções para línguas como: Francesa, alemã, italiana e inglesa, com a primeira tradução em francês da “parte dois”, ao ano de 1618 e no inglês por volta de 1620. A adaptação resumida tem autoria de Agustín Sánchez.

Thomas Shelton traduziu a “Parte I” no ano de 1612. Ele foi figura um tanto evasiva: Alguns afirmam que era na verdade amigo de Cervantes, embora não haja prova para apoiar o boato corrente no início do século XVII.

Saiba Mais

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Embora a versão de Shelton seja valorizada por alguns, de acordo com John Ormsby e Samuel Putnam foi longe de estar satisfatórias como o transporte do texto de Cervantes. Tradução de Shelton da “Segunda Parte” apareceu no mercado inglês em 1620.

Perto do final do século XVII, John Phillips, sobrinho do poeta John Milton, publicou o que Putnam considerou a pior tradução inglesa de Don Quixote. De acordo com os críticos literários a obra não foi baseada no texto de Cervantes, mas em principal sobre a história francesa “Filleau de Saint-Martin” e as notas de Thomas Shelton.

Por volta de 1700 a versão de Pierre Antoine Motteux apareceu no mercado. A tradução refletiu o sucesso pela popularidade duradoura. Reimpresso em edição moderna da novela até os dias atuais.

A tradução do Capitão John Stevens revisou a versão de Thomas Shelton que também apareceu em 1700, mas a publicação foi ofuscada por causa do lançamento simultâneo à tradução de Motteux.

Em 1742, surge o trabalho de Charles Jervas que ficou conhecido por causa do erro de impressão conhecido como “Tradução Jervas”. O tradutor empregou linguagem inglesa em nível erudito à novela e correu o risco de ser mal interpretado.

John Ormsby aponta na própria introdução que o romance traduzido por Jervas foi criticado por leitura demasiada dura. No entanto, tornou-se a tradução mais frequente do trabalho até 1885!

Don Quixote Para Crianças

Tradutores modernos tomam como modelo a tradução de 1885 por John Ormsby. Em 1922, Arvid Paulson e Clayton Edwards publicaram versão às crianças sob o título “A História de Don Quixote”, incorporado ao Projeto Gutenberg.

Ele deixa de fora as seções picantes, bem como capítulos que os jovens leitores podem considerar maçantes. Tal trabalho serve para embelezar grande quantidade do texto original de Cervantes. O título da página concede crédito aos dois editores como se fossem os autores: Omitem qualquer menção ao Cervantes!

A última tradução do romance inglês no século XX foi feita por Burton Raffel, publicada em 1996. O começo do século XXI viu três novas traduções do romance na linguagem inglesa. A primeira por John D. Rutherford e a segunda, Edith Grossman.

Ao criticar o romance no New York Times, Carlos Fuentes chamou a tradução de Grossman como “grande realização literária” e “mais transparente e menos impedida, entre dezenas de traduções para o inglês que remontam ao século XVII”.

Em 2005, a obra fez aniversário de quatrocentos anos. Tom Lathrop publicou nova tradução inglesa baseada na vida de estudo especializado da novela. A quarta tradução do século XXI foi lançada em 2006, pelo ex-professor de espanhol James Montgomery, 26 anos depois de ter começado a tentativa de “recriar o sentido do original tanto quanto possível, mas não à custa do estilo literário pesado de Cervantes”.

Qual o Significado Simbólico de Dom Quixote De La Macha?

Professor Tariq Ali sugere que analisar a leitura do prefácio e parágrafos ao longo do livro no contexto da época e situação após expulsão dos judeus e muçulmanos da Espanha o contexto é claro: Cervantes atacou a Igreja Católica, a Inquisição Espanhola e a decisão da nobreza católica.

Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier

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Categoria(s) do artigo:
Cultura

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