O Que é Partido de Esquerda?

Um partido de esquerda faz parte da classificação de cargos políticos relacionados as ideologias do mesmo. Para completar o espectro político do lado oposto estão os partidos de direita. Naturalmente, são apresentados como opostos direita e esquerda. O que não quer dizer que na prática um grupo ou uma pessoa deva assumir uma ideologia completamente de direita ou uma postura de esquerda.

Ainda existe espaço para o chamado extrema-direita ou extrema-esquerda. Também é muito comum que essas características e ideologias sejam consideradas com outros nomes em outros países, como por exemplo, na França, que o partido da esquerda, nos últimos anos vem sendo chamado de “partido do movimento” e da direita passou a ser denominado “partido da ordem”.

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Porém, é correto dizer que em linhas gerais quando um partido é considerado de esquerda, seja ele em que parte do mundo estiver, terá nesse grupo, sociais liberais, progressistas, democráticos socialistas, sociais democratas, políticos ambientalistas, anarquistas, comunistas, civis libertários. Jamais um desses partidos estará classificado como de direita, onde podemos encontrar outros grupos, que são: conservadores, fascistas, capitalistas, reacionários, neoliberais, econômicos libertários, teocratas, nacionalistas, monarquistas e nazistas.

É bem verdade também que essa maneira “simples” de colocar um partido de um lado ou de outro recebe muitas críticas. Alguns estudiosos consideram uma “redução da política”.

Como Surgiram os Termos Direita e Esquerda Dentro do Sistema Partidário

É de longa data que os termos direita e esquerda no que diz respeito a política estão no cenário mundial. Eles surgiram em 1789 durante a Revolução Francesa e o Império de Napoleão Bonaparte.  Neste momento da história os membros da Assembleia Nacional se dividiram em direita que apoiavam a presidência e os que eram a favor da revolução se denominaram de esquerda. E na “prática” eles se colocavam sentados à direita que apoiava o rei e os que eram contra sentavam à esquerda. Deste ponto da história esses dois lados partidários começaram a ganhar força e se dividir de acordo com a ideologia de cada grupo.

Porém, o que a imprensa moderna foi usando como esquerda e direita para dar sentido de oposição, ao longo do século XX na França era referente a República e os partidos que a apoiavam e a Monarquia e seus simpatizantes.

Foi então que em 1791 a Assembleia nacional deu lugar a uma Assembleia Legislativa e as divisões continuaram a ganhar espaço. Mas, neste caso, aqueles que eram chamados de inovadores se sentavam à esquerda e os moderados ficavam no centro, enquanto os que defendiam uma constituição ocupavam o lado direito.

E a posição dos lugares continuou ao longo da história e se repetiu em 1792 durante a Convenção Nacional, em 1793, durante o golpe de Estado e em 1794. Depois entrou a Constituição que pretendia acabar com os partidos políticos, mas entre os anos de 1814 e 1815, com a chamada Restauração os partidos políticos voltaram a existir. Desta vez, ficaram à direita os ultra monarquistas, no centro ficam os constitucionais e à esquerda sentaram-se os independentes. Nesta época ainda foram usados outros termos: extrema direita, extrema esquerda, centro esquerda e centro direita.

Até então, esse esquerda e direita que depois ganharam conotação das ideias de cada grupo, tinham mais força como colocação dentro dos lugares que se discutiam as questões políticas.

A partir de 1848, os opostos eram reacionários de um lado e os democráticos socialistas do outro e as bandeiras começaram a aparecer para caracterizar quem era um e quem era outro.

Esquerda Republicana, Centro Direita e Centro Esquerda

Com a Terceira República no ano de 1871 os partidos da época adotaram outras denominações, como centro esquerda, esquerda republicana, centro direita, extrema esquerda e esquerda radical. E finalmente no século XX, oficialmente” os termos direita e esquerda ficaram ligados a ideologias dos partidos.

Em 1906, por exemplo, o termo direita e esquerda foi adotado nas eleições gerais do Reino Unido e 1930, fortaleceu-se também quando se falava sobre a Guerra Civil Espanhola.

O que Dizem os Cientistas Políticos

Segundo alguns cientistas políticos as ideologias dos partidos políticos atualmente podem ser observadas e divididas em dois eixos, que são: esquerda e direita.

Alguns autores como Klaus von Beyme, em relação a Europa, fez uma divisão de nove famílias. Da sua organização surgiu que 7 delas estão no grupo de partidos de esquerda e as demais, da direita. Comunismo, socialismos, Política Verde, Liberalismo, Democrata, Cristão, Conservador e Extrema-direita. Além disso, se observa que as ideologias de cada partido que pertence a um grupo ou a outro grupo, vaira de acordo com inúmeros fatores, entre eles, fortes estão agrários e étnicos.

Segundo resultado de um estudo realizado no fim dos anos de 1980, que levou em consideração que os partidos políticos pertencem somente a duas bases, esquerda ou direita, o conceito é correto. A conclusão foi feita com base nas posições sobre cada um partido político em relação as questões sociais e também pela propriedade dos meios de produção.

Alguns pensadores têm opiniões diferentes sobre os pontos em que determinar que um partido político é de direita e esquerda ganhou mais relevância, como por exemplo, Norberto Bobbio. Segundo esse pensador italiano, o pós fim da União Soviética confirmou que as relações de cultura e poder que movem os grupos de direita ou esquerda estão presente em grande parte do planeta. O autor do livro “Direita e Esquerda – razões e significados de uma distinção política” não concorda por uma tese que vem sendo muito discutida hoje em dia, a de que os partidos de direita e esquerda estão perdendo a sua força de polaridade.

No Brasil, cientistas políticos defendem que os partidos de esquerda ao longo dos anos vem mudando o discurso, isto é, se aproximando mais da ideologia da direita, para ganhar confiança do eleitor e principalmente dos investidores. Apesar de tantos anos de história a ideologia do partido de esquerda ainda é vista por muitos como ideias de anarquia, bagunça, falta de organização e respeito as regras, quando na verdade não é bem assim.

Ser de um partido de esquerda ou de direita no Brasil é um direito de escolha de cada cidadão desse país porque vivemos dentro de uma democracia e podemos escolher em quem votar. O mais importante é conhecer bem as propostas do político acima de que ideologia o partido defende.

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Categoria(s) do artigo:
Política

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