Memorial da América Latina

O Brasil, ultimamente, vem sendo referência no mundo, tanto por sua economia, que vem crescendo cada vez mais, quanto por sua cultura, que é um chamariz de pessoas de várias partes do mundo interessada em saber um pouco mais dos nossos costumes, nossas comidas típicas, enfim.

O Brasil também é bastante conhecido por seus ilustres habitantes, sejam eles atores, atrizes, apresentadores, autores, e até mesmo arquitetos. Por arquiteto, logo vem a cabeça o saudoso Oscar Niemeyer, que, de suas mãos, saíram, entre outros, o projeto de Brasília, o Edifício Copan, enfim.

Durante os quase 105 anos de vida, Niemeyer planejou e viu suas obras não só pelo Brasil, como também pelo mundo inteiro. O Memorial da América Latina, que está localizado em São Paulo, por exemplo, foi projetado por ele, inclusive uma escultura em formato de mão, onde há claramente o mapa da América Latina representado.

Neste artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre o Memorial da América Latina, bem como alguns fatos relevantes e, talvez, curiosos. Vamos lá?

O Início

O sonho de se construir um espaço aonde valores econômicos, sociais, culturais e outros das nações latino-americanas vem do início da década de 1980, isso devido á maior aproximação do Brasil em termos políticos e econômicos com os demais países da América Latina. Foi um progresso para que o Mercado Comum do Sul – O MERCOSUL- fosse criado.

Embora esse sonho tenha se iniciado com o governo de André Franco Montoro, ele somente se iniciou, de fato, com o governo de seu sucessor, Orestes Quércia, ao qual, para planejar a estrutura do memorial convocou Oscar Niemeyer (que a esta altura já estava consagrado como grande arquiteto brasileiro). Com um terreno público de 90 mil metros quadrados á disposição, Niemeyer então desenhou um grande complexo disposto de seis edifícios interligados entre si. O acervo do Memorial já era organizado antes mesmo do inicio das obras, e um total de 10 mil arquivos que mostravam um pouco da cultura latino-americana foram conseguidos para o futuro memorial.

Niemeyer, para melhorar ainda mais o resultado final, convidou Darcy Ribeiro, antropólogo, para cuidar da parte cultural do edifício.

E, enfim, o complexo foi inaugurado no final da década, em março do ano de 1989. O problema é que o custo final da obra ficou muito acima do esperado, cerca de 10 vezes o valor que havia sido estimado. Para complicar, todo o conglomerado foi construído sem uma licitação.

Nos primeiros dias que se sucederam á abertura do memorial ao público, os mesmos foram surpreendidos com várias atrações para promover o local recém-aberto, com eventos grátis e que, por consequência, conseguia despertar a atenção da população, com a maioria dos eventos com a casa cheia.

No local do memorial, também é possível encontrar o prédio que foi a sede do parlamento latino americano, onde funcionou até 2007, depois de ser transferida para o Panamá. Por lá, passaram várias autoridades, como o Papa Bento XVI, o ex- presidente Bill Clinton, O também ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, Hugo Chávez, dentre muitas outras.

As Construções do Memorial

Como sabemos, o Memorial da América do Sul foi desenhado por Oscar Niemeyer, arquiteto este que adorava usar as formas mais difíceis e articuladas, com o concreto armado. As construções circulares e com arcos também fazia parte do repertório do arquiteto.

Com o memorial não seria diferente. Os arcos e os círculos estão muito presentes nos edifícios que compõem todo o complexo. Vamos falar, por exemplo, do local onde o Parlamento Latino- Americano funcionava. O seu formato remete muito bem a um cilindro, totalmente revestido de vidro fumê. Pintado de branco na parte do telhado dá um ar bastante moderno e futurista ao local.

Já o prédio que abriga a biblioteca do Memorial tem uma clara inspiração na Igreja da Pampulha, localizada em Belo Horizonte, Minas Gerais, que também foi projetada e arquitetada por Niemeyer. Com uma abóbada de raio menor, dá um toque “leve” ao ambiente.

A Galeria de Arte, que primeiramente fora feito para o funcionamento de um restaurante, é outra obra que impacta bastante com os outros edifícios. Tem o formato de um cilindro, raso, mas também revestido com vidro fumê de cor preta. Como já dito, da um toque mais moderno ao local.

As Esculturas Presentes no Local

Era de se esperar que, num local onde a cultura e arte se encontram, houvesse várias manifestações artísticas além do que já existiam (os edifícios que compõem o complexo). Oscar Niemeyer não era somente arquiteto, era também escultor. Tanto é que uma escultura de sua autoria está presente no local. Ele tem o formato de uma mão, onde pode se ver sangue escorrendo e, ao mesmo tempo, formando um mapa com todos os países que compõem a América Latina. O que isso quer dizer? Niemeyer quis relembrar o passado sangrento a qual a América Latina foi descoberta, retratando o massacre dos nativos por parte daqueles que colonizaram o continente.

Incêndio

No final do mês de novembro do ano de 2013, um incêndio tomou conta do auditório Simón Bolivar. Os bombeiros entraram rapidamente em ação, mas o fogo, que estava muito forte, conseguiu consumir praticamente todo o local. Inclusive tapeçarias feitas por uma artista plástica foram totalmente destruídas pelo fogo. Suspeita-se que um curto circuito ocorrido tenha causado o acidente.

A mobilização para a reforma do auditório já está em curso, inclusive, as tapeçarias perdidas no fogo serão refeitas pela responsável.

O Memorial da América Latina é, portanto, um local onde as culturas, bem como as políticas das nações latino-americanas podem ser encontradas, sendo um ponto de referência em locais de visitação. Totalmente autônomo em termos financeiros, o Memorial também é um local de lazer, e sempre preza para trazer ao público interações de qualidade e, muitas vezes, de graça.

Ou seja, se você está de férias, e quer ir até São Paulo, o Memorial da América Latina é quase que uma parada obrigatória. Temos certeza que você irá aprender muito mais sobre o próprio Brasil quanto os outros países.

Por Francisco Prado

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Categoria(s) do artigo:
Cultura

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