Quando se fala em vidas passadas se tem uma ideia de algo bem distante da ciência, não é mesmo? Saiba as lembranças dessas outras vidas é objeto de estudo de uma das mais famosas universidades públicas dos Estados Unidos, a Universidade de Virgínia. Na instituição pesquisadores da área de saúde mental trabalham sob o comando de Ian Stevenson, um importante cientista da área, na Divisão de Estudos da Personalidade.
O trabalho desse cientista octogenário leva em consideração relatos de crianças que teriam lembranças de outras encarnações e também pessoas que tem marcas de nascença que teriam como origem em cicatrizes de acontecimentos de outra vida. Devido ao trabalho de pesquisa em que o cientista compara os relatos com fatos que apenas os familiares da pessoa morta poderiam saber, documentos entre outros essa pesquisa tem conseguido levar o conceito de reencarnação do lado da fé para o da ciência.
Evidências de Vidas Passadas
A pergunta que muitos devem estar fazendo é o que motiva estudiosos como Stevenson a arriscar a carreira em busca de respostas sobre um tema bem pouco levado a sério. O motivo é a série de relatos de pessoas que garantem ter lembranças de outras vidas. São histórias de pessoas que por algum motivo tem certeza que foram outro alguém.
Um caso célebre que foi estudado por Stevenson é o de Swarnlata Mishra que nasceu em 1948 numa família abastada da Índia. Quando tinha apenas 3 anos de idade Swarnlata estava com seu pai num carro numa estrada que levava a cidade de Katni quando disse ao motorista que ele deveria seguir em frente para que pudessem beber chá em sua casa.
Ela disse que essa era a sua casa de quando se chamava Biya Pathak e que teria tido dois filhos. A menina deu vários detalhes sobre essa vida e o pai dela intrigado passou a anotar essas ‘lembranças’ da filha. O mais curioso é que em 1959 um estudioso de fenômenos paranormais decidiu investir os relatos da garota e foi até Katni para conhecer a família Pathak que assumiu que tudo o que foi dito foi verdade e que Biya havia morrido em 1939. As famílias nunca haviam se visto.
Swarnlata reconheceu a família de Biya, tratava todos com grade intimidade e os chamava por apelidos. Ao contrário de muitos casos as memórias de Swarnlata permaneceram pela sua vida adulta e as duas famílias se aproximaram.
Dúvida
Um caso como esse em que a garota reconheceu as pessoas de sua vida passada sem nunca ter visto nenhum deles antes é bastante intrigante, porém, não é prova de nada para a ciência. Os céticos atribuem esses casos, mesmo que numerosos, a fraudes, coincidências ou mesmo auto-induções de pessoas que desejam ter de volta pessoas amadas que já faleceram.
Reencarnação
O homem tem grande necessidade de se consolar a respeito do conceito de morte e por isso mesmo que relute busca acreditar numa ideia de reencarnação. Uma curiosidade é que esse conceito foi trazido para o Ocidente através do matemático grego Pitágoras. Uma vez quando viajou para o Egito, Pitágoras, teve a oportunidade de presenciar cerimônias e ouvir histórias em que se dizia que os espíritos vinham mais de uma vez para a Terra em outros corpos humanos ou animais.
A ideia de que há reencarnação passou a fazer parte de religiões do Oriente e Ocidente quase que ao mesmo tempo, mas não se mostra tão presente nas três religiões que surgiram de Abraão que são o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
Doutrina Espírita
Foi no século 19 que a doutrina espírita foi criada com base nas obras do francês Hippolyte Leon Denizard Rivail conhecido como Allan Kardec. Os estudos base dessas obras giravam em torno das experiências em mesas giratórias em que espíritos se manifestavam.
As Terapias e as Evidências de Vidas Passadas
Os especialistas e estudiosos de lembranças de vidas passadas alertam que as terapias não produzem evidências palpáveis. Essas terapias têm como objetivo fazer com que as pessoas vão a fundo em lembranças e memórias que de tão remotas podem ser de duas ou três encarnações passadas.
Os espíritas não recomendam que se façam essas terapias já que durante muito tempo pessoas que tinham lembranças de outras vidas eram vistas como pessoas com problemas mentais.
Marcas de Nascença
Além das histórias e possíveis memórias de pessoas como a indiana Swarnlata os estudiosos também chamam a atenção para as marcas de nascença que podem ser evidências de reencarnação. O cientista Stevenson realizou um estudo divulgado em 1992 em que fez uma pesquisa com 210 crianças que diziam se lembrar de vidas passadas.
Em 35% dessas crianças havia algum tipo de marca de nascença e em 49 desses casos foi possível fazer uma comparação entre a marca e o que ocasionou a morte das pessoas que as crianças diziam ter sido em outra vida. O ferimento derradeiro da morte e a marca de nascença das crianças bateu em cerca de 43 casos o que equivaleu a 88% dos pesquisados.
Um dos casos que pode ser usado como exemplo é o de uma criança que nasceu na antiga Birmânia e que dizia se lembrar de detalhes da vida de uma tia que havia morrido em decorrência de uma cirurgia realizada para corrigir um problema cardíaco. A criança tinha uma linha vertical no alto do seu abdome que era correspondente a incisão da cirurgia que vitimou a tia.
As Memórias e as Crianças
Grande parte dos casos de lembranças de outras vidas são mencionados por crianças muito pequenas que se dizem capazes de falar sobre a vida de um familiar, amigo da família ou de alguém estranho como se tivessem vivido essa vida. Também existe a observação de marcas de nascença que correspondem a ferimentos que levaram a morte dessa pessoa.
Esse fenômeno é comum nas crianças que acabaram de começar a falar porque são lembranças de outras vidas e ainda estão frescas na sua memória. Depois de algum tempo a tendência é esquecer dessas memórias e começar a ter lembranças dessa vida presente.
