Hinos Homéricos da Grécia Antiga

Os hinos homéricos são coleções de trinta e três trabalhos gregos antigos. Empregam conjuntos de épicos, como a Ilíada e a Odisseia. Em termos práticos usam fórmulas semelhantes e expressas no mesmo dialeto.

Elas foram atribuídas a Homero de modo acrítico na antiguidade. A referência antiga de escrita Tucídides diz que “a coleção inteira é homérica no único sentido útil que pode ser colocado sobre a palavra, rotulado como ‘Homer’ desde os primeiros tempos de literatura na história da Grécia”.

De modo provável o mais antigo dos hinos foi escrito no século VI AC, um pouco mais tarde do que Hesíodo, data aceita dos épicos homéricos. Isso ainda coloca os velhos hinos entre os grandes monumentos da literatura grega, embora a maioria das composições seja composta entre o sétimo e sexto século.

O Hino a Ares consiste em obra pagã, inserida quando se observou que algo estava faltando para a simetria exata do conteúdo.

Walter Burkert sugeriu que o Hino a Apolo, atribuído por uma fonte antiga (Cynaethus de Chios), foi composto em 522 AC para o desempenho no festival duplo e incomum realizado por Polícrates de Samos, que queria homenagear Apollo de Delos e Delphi.

Os hinos, que devem ser os restos de um gênero, uma vez representados com maior força, variam em comprimento, sendo alguns breves ao ponto de conter três ou quatro linhas, enquanto outros possuem quinhentas linhas.

Os trabalhos longos compreendem em invocação, louvor e narrativa, por vezes prolongados em excesso. Apresentam sinais de terem sido montadas a partir de materiais díspares pré-existentes de acordo com arqueólogos e historiadores. Por outro lado, nas breves apresentações falta o elemento narrativo.

A maioria dos manuscritos bizantinos sobreviventes começa com o terceiro hino.

Descoberta em Moscou, no ano de em 1777, recuperou os dois hinos que abrem a coleção, o fragmentário “Para Dionísio” e “Para Demeter” em um único manuscrito do século XV. Algumas obras curtas podem ser trechos que omitiram a parte central da narrativa, preservando apenas a invocação útil e introdução.

Hinos Homéricos

Hinos Homéricos

Dos trinta e três hinos de louvor, pelo menos os trabalhos curtos serviram sob a ótica dos prelúdios para a recitação do verso épico em festivais. Por vezes o cantor conclui dizendo que agora vai passar para a outra canção.

A trigésima quarta parte não é hino, mas lembrete de que a hospitalidade consiste no dever sagrado ordenado por deuses!

Lista dos Hinos Homéricos

  • Para Dionísio: 21 linhas
  • Para Deméter: 495 linhas
  • Para Apollo: 546 linhas
  • Para Hermes: 580 linhas
  • Para Afrodite: 293 linhas
  • Para Afrodite: 21 linhas
  • Para Dionísio: 59 linhas
  • Para Ares: 17 linhas
  • Para Ártemis: 09 linhas
  • Para Afrodite: 06 linhas
  • Para Athena: 05 linhas
  • Para Hera: 05 linhas
  • Para Deméter: 03 linhas
  • Para a mãe dos deuses: 06 linhas
  • Para Héracles com o coração de um leão: 09 linhas
  • Para Asclépio: 05 linhas
  • Para o Dioscuri: 05 linhas
  • Para Hermes: 12 linhas
  • Para Pan: 49 linhas
  • Para Hefesto: 08 linhas
  • Para Apollo: 05 linhas
  • Para Poseidon: 07 linhas
  • Para Zeus: 04 linhas
  • Para Héstia: 05 linhas
  • Para Musas e Apollo: 07 linhas
  • Para Dionísio: 13 linhas
  • Para Ártemis: 22 linhas
  • Para Athenas: 18 linhas
  • Para Héstia: 13 linhas
  • Para Gaia (mãe de todos): 19 linhas
  • Para Hélio: 20 linhas
  • Para Selene: 20 linhas
  • Para o Dioscuri: 19 linhas

Cynaethus de Chios: Hino a Apolo

A história aponta Cynaethus de Chios como o autor do Hino para Apolo, composto no ano de 422 AC, que acabou entrando para a seleção principal dos Hinos Homéricos, conforme afirma Walter Burkert.

Cynaethus de Chios era um rapsodo, membro da Homeridae, por vezes descrito sob a forma de autor homérico. A principal fonte de informação sobre ele é um Escólio de Píndaro.

Chios foi o primeiro a recitar os homéricos poemas em Syracuse, durante a 69° Olimpíada (504-501 AC). Não se pode ignorar o fato de que a data corresponde bem à ocasião provável da composição do Hino Homérico a Apollo, em 522 AC.

Eustáquio de Tessalônica cita Cynaethus como o primeiro a divulgar os poemas homéricos e de falsificador de versos de Homero.

Polícrates de Samos

Polícrates revolucionou as celebrações ao modificar os hinos homéricos no ano de 522 AC, inserindo a homenagem a Apolo por Cynaethus de Chios. Ele tomou o poder durante um festival de Hera com os irmãos Pantagnotus e Syloson.

Com frota de 100 guerreiros e 1.000 arqueiros saqueou as ilhas do Mar Egeu e as cidades do Jônico, na costa da Ásia Menor, derrotando e escravizando as marinhas de Lesbos e Mileto. Também conquistou a pequena ilha de Rhenea como homenagem a Apollo.

Tinha reputação de guerreiro feroz e tirano esclarecido. Em Samos, ele construiu um aqueduto (templo de Hera) e o palácio ao imperador romano Calígula, cuja reputação também não era das melhores no que tange ao respeito humano.

Em 522 AC, Polícrates de Samos comemorou festival duplo incomum em honra ao deus Apollo de Delos e a Delphi. Cynaethus de Chios compôs o Hino Homérico em especial para a ocasião.

De acordo com Heródoto, Polícrates foi bem sucedido durante grande parte da via, mas em certo momento resolveu jogar fora tudo o que valorizava a fim de escapar de reversão espiritual em virtude da fortuna. Ele jogou o seu anel incrustado de pedras preciosas no mar. No entanto, poucos dias depois, um pescador pegou um peixe grande que queria compartilhar com o tirano.

Enquanto cozinheiros estavam preparando o peixe para comer descobriram o anel dentro dele. Ele contou a Amásis, que de modo imediato rompeu a aliança, acreditando que um homem de sorte acabaria por chegar ao fim desastroso por causa do aviso dos deuses. Em termos históricos é possível dizer que a aliança foi encerrada porque Polícrates era aliado ao persa rei Cambises II contra o Egito.

Heródoto também conta a história da morte de Polícrates. Perto do fim do reinado de Cambises, o governador de Sardes, Oroetes, planejava mata-lo porque tinha sido incapaz de adicionar Samos para o território da Pérsia.

Polícrates foi ao encontro do convite de Sardes apesar das advertências proféticas da filha, que tinha sonhado com ele pendurado no ar, lavado por Zeus e ungido por Hélios. O corpo foi crucificado e a profecia cumprida! Depois disso, quando chovia o corpo era “lavado por Zeus” e no brilhar do sol estava “ungido por Hélios”.

Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier

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Categoria(s) do artigo:
História

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