Desastre do Mar de Aral

Antes de falarmos do desastre do mar de Aral vamos apresentar esse lago. Isso mesmo, o mar de Aral na verdade é um lago de água salgada, daí o nome “mar”, que fica localizado na Ásia Central. Esse lago já ocupou a quarto posição quando o assunto é “maior lago do mundo”, a sua superfície chegava 68 000 quilômetros quadrados e um volume de água que chegava a 1100 quilômetros cúbicos. Porém, quando falamos do desastre, ele começou cedo e em 2007, o lago já tinha perdido 10% do tamanho original.

O desastre do mar de Aral levou a consequências negativas para economia daquele local. A indústria pesqueira devido a redução do tamanho chegou quase ao zero e muitas pessoas perderam a sua fonte de renda. Outro problema que se observou com o desastre do mar de Aral foi a poluição que se deu no lugar levando a gerar muitas doenças graves. Além disso, o recuo das águas teria feito com que as condições do clima do local sofressem grandes alterações, os dias de verão passaram a ser mais secos e mais quentes e os dias de inverno mais longos e mais frios.

Atualmente, o Cazaquistão tem um projeto para tentar salvar o que restou e tentar recuperar o que for possível do mar de Aral. O primeiro passo foi concluído em 2005, com a construção de uma barragem e 3 anos depois, em 2008, se observou que a obra auxilou no aumento do nível da água, 12 metros a mais comparado com o ano de 2003. Outra boa notícia é que com a salinidade em nível mais baixo muitos peixes voltaram a ser encontrados e a pesca voltou a ser viável.

A História do Mar de Aral

O primeiro impacto negativo que sofreu o mar de Aral foi em 1847, com a chegada da tropo militar russa. Os navios dos russos foram colocados no lago. Porém, quando foi necessário retirá-los, não sendo o mar de Aral ligado a nenhum outro lago ou mar, os navios foram desmontados e levados via terrestre.

Os primeiro navio que foi colocado no mar de Aral era um navio de guerra e os soldados enquanto estiveram por ali, aproveitaram para pesquisar a zona norte do lago. Depois foi a vez de chegarem os navios para navegação, isso aconteceu em 1851. Os navios foram produzidos na Suécia e foram levados até o mar de Aral através de caravanas terrestres. A poluição das águas de deu justamente nesse período onde foi usada madeira inapropriada para fazer um combustível que passou a sujar o lago.

Os Motivos que Levaram o Mar de Aral Encolher

As águas que originalmente alimentavam o mar de Aral foram usadas pelo governo soviético, isto é, desviadas para o sul, Amu Darya e para o nordeste, Syr Darya, no ano de 1918. Isso aconteceu porque era terminada a Primeira Guerra Mundial e era necessário aumentar a produção de alimentos, como melões, cereais e arroz. Além disso, o governo tinha a intenção de cultivar algodão em um deserto que ficava localizado nas proximidades do lago. Naquela época, o algodão era chamado de “ouro branco” por conta da sua supervalorização.

O mar de Aral sofreu novamente nos anos 40, quando foram criados canais de irrigação que pegavam a água dos seus afluentes. O problema é que o sistema não era eficiente e se perdia pelo menos 75% da água que era captada ou por vaporação ou por vazamento.

Outro fator que levou ao desastre do mar de Aral aconteceu com a irrigação que teve um consumo que cresceu abruptamente de um período para o outro. Fazendo com que na década de 1960 para fazer o abastecimento era feito um grande desvio das águas do lago e isso já fez com que ele começasse a perder o tamanho nitidamente.

O problema ficou evidente entre os anos de 1961 e 1970, que se via que o lago vinha perdendo neste período de anos, 20 centímetros a cada ano. Porém, até chegar no ano de 1990, essa perda aumentou em 350%. O desastre fez com que grandes bancos de areia aparecessem no lago no ano de 1987, uma vez que o nível da água era bem inferior aquele original.

A Grande Retirada de Água do Mar de Aral Aconteceu Entre 1960 e 2000

Entre os anos de 1960 e 2000 a retirada de água do lago duplicou e o principalmente motivo era o cultivo do algodão. Todo esse processo inatural fez com que boa parte da flora e fauna daquele lugar desaparecesse. A indústria da pesca não teve a menor chance, desapareceu de vez e o que se viu foram muitas pessoas desempregas e uma grande crise econômica.

Como se não bastasse os problemas com o desvio das águas do mar de Aral, as águas foram ficando poluídas por causa de testes que as indústrias de armamentos faziam no lugar. Além disso, eram usados fertilizantes e pesticidas altamente nocivos. A falta de água doce também passou a ser um problema para a população daquele local. Sem falar no sal poluído e seco das suas águas que foram soprados pelo vento para toda região gerando uma série de problemas de saúde para as pessoas que viviam ali.

Tudo isso somado fez com que o desastre do mar de Aral passasse a ser conhecido como “ a maior catástrofe ambienta da história da humanidade”.

O processo que passou o mar de Aral é chamado de desertificação e pode ser explicado de duas formas:

  • Fenômeno natural –  o lago estaria sumindo por fatores naturais, como clima e geológicos.
  • Fenômeno antropogênico – tudo seria devido aos desvio das águas de outros rios que desaguam no mar de Aral.

Todo o processo que passou o mar de Aral e o desastre ambiental visto foi considerado por alguns peritos do governo soviético, naquela época, como um “erro da natureza”. Em 1968, um engenheiro chegou a dizer que a evaporação de um mar era inevitável, fazia parte de causas naturais. Porém, apesar das declarações conformistas e de tentar fingir de que tudo não passava de um fenômeno natural, o governo tinha ciência dos problemas que estava causando ao lago. Porém, os problemas causados ao lago faziam parte dos planos do governo e não eram questionados. Em 1964, com outras declarações que foram surgindo, ficou evidente que os soviéticos tinham plena consciência de que estavam causando um verdadeiro desastre para o mar de Aral.

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Categoria(s) do artigo:
História

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