Budista Tibetano

O budismo tibetano ainda desperta a curiosidade pelo fato de ser uma prática meio misteriosa aos olhos do grande público. Também conhecido como budismo vajrayana ou lamaísmo conta com a realização de inúmeras práticas de meditação por meio de rituais complexos como visualizações, leitura de textos litúrgicos que são chamados de Saddhanas e uso de instrumentos musicais. Esse budismo conta com uma tradição bastante forte nas artes com esculturas e pinturas de teor complexo.

Ainda tem tradição nas ordens monásticas dando destaque para a relação que se desenvolve entre os lamas e seus alunos. O budismo tibetano não está organizado como uma instituição, no entanto, tem em Dalai Lama a figura símbolo. Trata-se de uma vertente Vajrayana (Veículo do Diamante ou Tantrismo). As escolas de mais destaque na vertente são Sakya, Kagyu, Nyingma e Gelug (Dalai Lama faz parte dessa escola).

Lamaísmo

Esse termo “lamaísmo” advém de Lama que tem como significado “mestre” ou “superior”. Na maior parte dos casos o termo tem como objetivo designar os monges tibetanos em particular aqueles que têm hierarquia superior. Uma curiosidade interessante é que a denominação de budismo tibetano foi empregada pelos europeus para fazer distinção em relação ao budismo indiano.

Com essa diferenciação se buscou enfatizar o caráter místico que essa vertente do budismo possui. Os especialistas no budismo destacam que o emprego desse termo é errôneo uma vez que a denominação tibetano quer diferenciar as duas correntes, contudo, não existem tais diferenças. Assim como várias outras religiões o Lamaísmo possui um aspecto duplo: o popular e o doutrinal.

Lamaísmo Doutrinal e Popular

O lamaísmo doutrinal se diferencia da tradição Teravada – que também é conhecida como “Doutrina dos Anciões” – pois, conta com uma base filosófica o desenvolvimento bem como o estabelecimento da tradição Mahaiana (Mahayana ou grande veículo). Não possui um caráter místico.

O culto popular a diversas divindades e com uma base mística começou pela influência da religião Bön que era nativa e mais antiga. Como a doutrina não é tão conhecida quanto as suas manifestações populares os especialistas acabam pecando na ênfase ao seu aspecto mágico e colocando como se o mesmo se estendesse a prática monástica.

Práticas de Budismo Tibetano

A Mente

Os estudantes que estão começando na prática do budismo tibetano devem começar pelo mesmo caminho, ou seja, entender o que é a iluminação e como é relevante chegar a iluminação espiritual. Para que fique mais claro precisamos voltar 2.500 anos quando o Buda histórico (Shakyamuni) passou os seus ensinamentos de que a mente deveria ser a base da experiência como um todo.

A mente experimenta e classifica tudo o que sentimos, seja alegria, dor, prazer ou felicidade. Conforme o que Buda nos ensinou a mente possui uma natureza básica de sanidade iluminada e bondade. Dessa forma a mente se mostra sem limites e clara, contudo, a pessoa comum tem dificuldades em experimentar essa natureza devido a ter emoções aflitivas que são conhecidas como kleshas.

Emoções Aflitivas

Da mesma forma que os pensamentos, essas emoções, aparecem constantemente em nossa mente e estabelecem um tipo de neblina emocional que não nos permite observar a natureza básica. Como não temos a compreensão de que esses pensamentos e emoções são passageiros acabamos nos apegando a eles e construindo a nossa identidade com base neles.

Esse “eu” que estabelecemos em cima de emoções passageiras nos impede de observar a natureza básica iluminada que temos. Com isso temos a falsa compreensão de que as fontes de felicidade e bem-estar se encontram foram de nós mesmos. As pessoas que tem essa crença estão sempre procurando por felicidade passageira externamente.

Reconhecimento de Emoções

A compreensão de que esses pensamentos e emoções aflitivas são superficiais na mente feliz e saudável ajuda a retirar do caminho tudo o que impede que tenhamos uma mente iluminada. Esse entendimento de que felicidade não vem de fontes externas e que essas emoções aflitivas não constroem o seu “eu” identidade é o que Buda chama de iluminação.

Da Confusão a Iluminação

O Budismo costuma levar os seus adeptos de um estado de confusão para um estado de iluminação. O processo pode levar vários anos e os interessados em seguir esse caminho precisam se esforçar verdadeiramente. Pode parecer que a iluminação está muito distante da sua realidade, mas lembre-se que Buda – sendo apenas um ser humano comum – conseguiu chegar a ela plenamente e ensinou esse processo por meio do fundamento do trabalho pela iluminação.

A Escolha

Dessa forma as pessoas tem uma escolham que devem fazer, podem decidir buscar pela iluminação e pela felicidade duradoura que é o resultado de chegar a iluminação ou então continuar buscando a felicidade em emoções aflitivas que são passageiras e apenas interpretadas como permanentes. Essa escolha deve ser feita compreendendo os benefícios de chegar a iluminação bem como as desvantagens de continuar no que Buda chamou de samsara.

Fim do Sofrimento

O principal benefício que a iluminação traz para quem chega a ela é o fim do sofrimento. O sofrimento é eliminado quando se dá fim as causas do mesmo, basicamente ações de caráter egocêntrico. Normalmente as pessoas estão em busca da felicidade e se mostram dispostas a tudo para chegar a essa felicidade mesmo que signifique prejudicar outras pessoas.

Karma

Buda ensinou que todas as ações que praticamos contra os outros, independente do seu tamanho, se refletem sobre nós e nos causam dor. Trata-se da lei do Karma, algo como tudo o que você fez para alguém volta para você. Sendo assim se mentir ou desprezar os esforços das pessoas estarem perto de você e lhe darem carinho isso pode voltar para você.

Ao ferir uma pessoa estamos na verdade ferindo a nós mesmos, o universo pessoal se torna corrompido e brutal. Para alguns a lei do Karma parece como um tipo de justiça do cosmos, ou seja, a velha máxima de que tudo o que vai acaba voltando para você mesmo. Em suma nós mesmos criamos o nosso próprio mundo através de nossas ações e pensamentos. Quanto mais mal fizermos para as outras pessoas mais brutal será o mundo que estamos construindo para nós mesmos.

O Budista Tibetano segue o budismo do Vajraiana, usando práticas constantes de meditação, com diferentes rituais, inclusive com a leitura de textos litúrgicos os conhecidos Saddhanas e ainda com instrumentos musicais e visualizações, que foi fundado pelo Guru Rinpoche. Esse tipo de budismo possui grande tradição artística, com a difusão de esculturas e pinturas, dando maior importância entre a relação de aluno e lama (o mestre). A representação do budista tibetano, diferentemente de outros budistas, é a figura de Dalai Lama, seu líder religioso.

Budista Tibetano

Budista Tibetano

Eles estão relacionados a diferentes escolas, como Nyingma, Gelug, Kagyu e ainda a Sakya, todas pertencentes a Dalai Lama. A doutrina do Budismo Tibetano tem em sua base de conhecimento o desenvolvimento da tradição Marayana, que significa Grande Veículo, com  várias divindidades e uma conotação voltada para a magia. Há seguidores desta vertente do budismo espalhados por todo o mundo, mas os mais importantes estão situados na região do Tibete.

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Categoria(s) do artigo:
Curiosidades

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