Boneca Emília

O Sítio do Picapau Amarelo faz parte da infância de muitas gerações, muitos adultos de hoje cresceram assistindo a série clássica inspirada na obra infantil do escritor Monteiro Lobato. As crianças de hoje têm acesso a desenho animado do Sítio, site com histórias e outras fontes.

Uma das personagens que mais ganham destaque nas histórias é a boneca de pano Emília que um dia ganha vida e sai dizendo tudo o que pensa para todos no Sítio. Vamos conhecer um pouco mais dessa boneca espevitada que só faz o que quer, mas que no fundo tem carinho por todos que a cercam.

A Boneca Emília

Na obra de Monteiro Lobato a Tia Nastácia um dia faz uma boneca de pano para Narizinho. Como Emília nasceu muda o Dr. Caramujo lhe receita a “pílula falante” e ela então não para mais de falar. A primeira coisa que Emília disse foi “Estou com um gosto horrível de sapo na boca!”.

Narizinho se assusta, mas Dr. Caramujo explica que se trata somente de “fala recolhida” o problema da boneca e que logo passa. Uma das características mais marcantes de Emília é que ela as vezes abre a sua “torneirinha de asneiras” e tenta explicar da maneira mais estranha possível os temas mais complexos. A boneca ainda tem mania de trocar o nome das coisas por nomes de som parecido.

Feita de Pano

Feita de pano a boneca tem recheio de macela e em algumas histórias do Sítio ela troca de roupa ou então é recheada de novo. Além disso, a boneca tem as suas sobrancelhas constantemente feitas e refeitas por Narizinho que também troca os olhos da boneca de vez em quando, pois como são feitos de retrós quando Emília arregala demais eles acabam arrebentando.

Boneca ou Menina?

Emília consegue andar e se movimentar livremente, contudo, Narizinho a trata como uma boneca comum e muitas vezes a deixa colocada em seu bolso. A boneca é uma boneca, mas também é gente. Contudo, quando ela apronta pode passar impune de castigos por ainda ser boneca.

Talvez isso explique porque mesmo sendo tão teimosa, egoísta e malcriada Emília quase nunca é castigada. Não tem nenhum filtro na língua e diz tudo o que pensa e quando alguém briga com ela finge que nem percebeu. Não tem medo de nada e se mostra sempre cheia de vontades.

A Biografia de Emília – Pelo Visconde de Sabugosa

Uma das melhores definições de quem é Emília é dada por ela mesma quando o Visconde de Sabugosa lhe pergunta isso, a boneca diz: “Sou a independência ou Morte”. Como se trata de uma criatura muito egocêntrica Emília pede que Visconde faça a sua biografia. Através dessa obra ele aproveita para dizer algumas coisas sobre a boneca como “Emília é uma tirana sem coração. (…) Também é a criatura mais interesseira do mundo. (…) Só pensa em si, na vidinha dela, nos brinquedos dela”.

Como Surgiu a Emília?

Monteiro Lobato era muito amigo do pedagogo Anísio Teixeira, eles tinham muitas ideias em comum. Acredita-se que a boneca nasceu de uma brincadeira entre eles já que a esposa de Teixeira se chamava “Emília”. A literatura infantil tem diversos bonecos falantes como o Pinóquio que tinha o sonho de ser menino de verdade e a boneca russa do conto “A Bela Vasilissa”.

Para muitos Emília funcionava como o alter ego de Lobato que colocaria na boca da boneca de pano o que ele mesmo gostaria de dizer, mas não podia por contrariar o senso comum. A boneca que inicialmente seria uma personagem secundária do Sítio do Picapau Amarelo acabou se tornando a grande protagonista.

Emiliês – Um Idioma Próprio

A boneca de pano fala demais e por isso mesmo acaba falando muitas bobagens e palavras que somente ela consegue entender. Podemos dizer que ela fala o “Emiliês”, um idioma em que existe a palavra “borboletograma” que é um telegrama enviado nas asas de borboletas.

Já o que conhecemos como petróleo para Emília é na verdade “azeite de defunto”. Se ela acha alguma coisa absurda diz que é um “bissurdo”. Algumas palavras não têm equivalentes fora da linguagem de Emília como “crocotós”. Para ela um crocotó é algo que a gente não sabe bem o que é. Para ela os extraterrestres são crocotós.

Casamento por Interesse

Um dos fatos mais polêmicos a respeito de Emília certamente é o seu casamento por interesse com Rabicó que é um leitão. O sonho de Emília era ser princesa e ela acredita que ser marquesa já é um bom começo então se casa com Rabicó, mas tem vergonha do marido. Um dia quando vê Tia Nastácia preparando um leitão para a festa de natal comemora achando que ficou viúva.

Boneca de Pano Come?

Emília disse algumas vezes nos livros de Lobato que não come e que sentiria inveja dos humanos por isso, no entanto, isso não a impede de comer croquetes no Reino das Águas Claras.

Emília – Corpo Fechado

Apesar de ter várias características semelhantes aos seres humanos Emília não fica doente com doenças comuns das pessoas. Sobre isso ela diz que é por ser feita de pano que o mesmo funcionaria como uma peneira para coar a doença. Com seus olhos de retrós ela diz enxergar melhor do que todos os demais do sítio.

Emília na Televisão

Foram feitas algumas versões da obra do Sítio do Picapau Amerelo para a TV. De 1951 a 1952 a atriz Lúcia Lambertini interpretou Emília na versão da extinta TV Tupi, também foi essa atriz quem deu vida a personagem em 1964 na Rede Cultura. Na versão feita pela Rede Bandeirantes de 1967 a 1969 foi a vez de Zodja Pereira e em 1977 a atriz foi Dirce Migliaccio.

Entre os anos de 1978 e 1983 a personagem foi interpretada pela atriz Reny de Oliveira enquanto que de 1983 a 1986 foi a vez de Suzana Abranches, essa versão foi feita pela Rede Globo. Nas versões mais atuais da Globo a personagem foi interpretada por Isabelle Drummond (de 2001 a 2006) e em 2007 por Tatyane Goulart. Teve ainda duas versões no cinema em que Emília foi interpretada por Olga Maria (1951) e por Leda Zepellin (1973).

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Curiosidades

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