Crescimento Urbano Desordenado

Crescimento Urbano Desordenado – Causa de Vários Problemas

Os centros urbanos brasileiros não param de crescer e obviamente esse crescimento ocorre de forma desordenada em vários pontos do país. O crescimento não planejado desses centros urbanos é uma das principais causas dos problemas principais do Brasil atualmente.

Quando não tem onde morar as pessoas acabam procurando por alternativas que muitas vezes se configuram em lugares inadequados para estabelecer moradias como morros e encostas, por exemplo. Nos primeiros meses do ano o país vive momentos de tensão devido as numerosas chuvas que causam desabamentos que vitimam muitas dessas pessoas sem alternativa.

Planejamento Urbano

Os jornais tem mostrado cada vez mais casos de desmoronamentos em que pessoas ficam presas na água da chuva e acabam morrendo, além disso, muitos bairros são completamente alagados por cheias de rios. Vendo essas notícias a reação mais natural é se perguntar por que não se faz nada para reverter um quadro de tragédia anunciada.

A geografia é a ciência que se ocupa de estudar entre outras coisas o planejamento urbano e nos últimos tempos precisou passar a estudar também como e porque ocorre essa ocupação desordenada em ambientes urbanos. Antes de qualquer coisa é necessário compreender o que se entende como urbano. Os estudiosos entendem que urbano é um espaço de ocupação de uma população que possui uma densidade relativamente elevada.

O Processo de Urbanização em Países Subdesenvolvidos

Para que possa entender melhor esse conceito de crescimento urbano desordenado é necessário ir a raiz da questão, ou seja, a forma como se desenvolveu a urbanização em países subdesenvolvidos. Esse processo teve início nesses países entre as décadas de 1930 e 1940. Com isso observamos que houve um atraso considerável em relação aos países desenvolvidos que tiveram o início de seu processo de urbanização por volta dos séculos XVIII e XIX.

Quando a urbanização começou nos países subdesenvolvidos aconteceu com uma intensidade bastante grande e dessa forma ficou difícil ser feito um planejamento ou mesmo uma estruturação do espaço geográfico que viria a ser ocupado pelas grandes cidades. A infraestrutura não foi planejada de forma adequada para receber essa urbanização sem freios.

A Urbanização no Brasil

Um dos países que podem servir de exemplo dessa urbanização desordenada é o Brasil, pois no ano de 1950 o país possuía apenas 36% de sua população vivendo nos centros urbanos. Esse índice estava em 1% no ano de 2000, 50 anos para esse crescimento é pouco tempo no que concerne a criar uma estrutura capaz de suportar tamanha mudança.

Falta de Empregos

Uma das principais problemáticas que esse crescimento desordenado do espaço urbano gera é a falta de empregos para todos. Geralmente quando o crescimento não é planejado a população acaba sendo muito maior do que a capacidade de gerar empregos para todos.

Essa realidade é melhor percebida no sul e sudeste do Brasil em que temos grandes cidades em que se tem lado a lado o prosaico e moderno, prédios de luxo ao lado de sarjetas cheias de pessoas que não tem onde morar.

Em muitas dessas cidades os bairros de casas de luxo ficam quase que entrelaçados com favelas. A cidade do Rio de Janeiro é um dos grandes exemplos dessa realidade urbana, pois ao lado de um prédio de luxo que vale milhões estão favelas nos morros.

Destruição de Áreas Verdes

O crescimento urbano desordenado ainda acarreta em mais um problema que é a destruição de áreas verdes uma vez que não se tem planejamento e nem espaço para que tantas pessoas morem nessas áreas. Com isso se criam bairros que não tem nenhuma infraestrutura e sem estabelece a desorganização como a lógica vigente.

O preço muitas vezes que se paga por isso é a destruição de áreas verdes e de rios. Além disso, os serviços públicos começam a ficar saturados por não ter condições de atender a tantas pessoas. Dentre as características mais comuns dessa ocupação desordenada estão as favelas, ocupação em morros e encostas além de planícies fluviais que são margens de córregos e rios.

Com essa falta de estrutura para que as pessoas vivam se estabelece uma péssima qualidade de vida em que os principais indicadores são a violência bem como a degradação do ambiente. Aparecem então os assentamentos irregulares, os loteamentos clandestinos e as moradias construídas em áreas claramente de risco.

Como Abordar o Problema

O Brasil é um país que exemplifica muito bem um modelo de urbanização que é extremamente perverso e que exclui boa parte da sua população e ainda mantém uma grande concentração de renda. Os principais problemas que esse tipo de ocupação do espaço urbano acarreta são a violência, caos para locomoção (trânsito parado), falta de estrutura e saturação dos serviços públicos.

Observando esses problemas se mostra necessário ter algum tipo de abordagem com o objetivo de resolver pelo menos em parte essas questões. Uma das soluções que deveriam ser dadas pelo Governo consiste em acabar com as moradias em locais de risco transferindo essas pessoas que moram em morros e encostas para outros espaços que não sejam comprometidos.

Oferecer para todos uma vida digna e segura é a melhor forma de evitar os diversos problemas sociais que advém dessa ocupação desordenada. Além de uma moradia num local adequado é necessário oferecer as pessoas condições de estudo, saneamento básico, transporte coletivo entre outras coisas que tornam a vida mais saudável.

É Possível Corrigir os Erros?

Uma das perguntas que mais se faz em relação a essa ocupação desordenada é se existe a possibilidade de corrigir os erros que fora cometidos até hoje. Para início de conversa a correção desses erros é uma tarefa bastante complexa e que tem um custo elevado, entretanto, deve ser visto como um dos principais objetivos do Estado.

Para conseguir essa realização é necessário que se faça a integração entre as políticas econômicas e sociais para traçar estratégias que ajudem a melhorar o planejamento de ocupação das cidades. Os geógrafos talvez não consigam resolver a situação, mas pode atuar na identificação dos pontos mais críticos. Depois de encontrar as raízes do problema se torna mais fácil pensar em maneiras de resolver.

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Categoria(s) do artigo:
Cultura

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