Estamos órfãos. É esta a sensação que tenho pela decisão do STF de manter a censura ao Estadão. Não podemos contar com Legislativo porque são pessoas “incomuns” e nós, não. Não podemos contar com o Executivo porque não fazemos parte dos “companheiros” e não temos acesso a cargos com altos salários.
Pensava que, embora tardia, a Justiça viria. Vejo agora que não; não vem em socorro das pessoas comuns, que trabalham e pagam impostos para sustentar a corrupção e os apaniguados do poder.
Sou estudante de Direito e aprendi com meus professores que, para propor uma ação, são precisos legitimidade e adequação do pedido ao meio processual. Mas aprendi também que, muitas vezes, o juiz permite ao advogado que refaça a petiçao quando ela não está pertinente com o objetivo pretendido, entre outros motivos para a economia processual. E isto no 1º grau de jurisdição.
Agora vem o STF, a mais alta corte do país, integrada, supõe-se, por pessoas que mais entendem da aplicação da lei, ou, melhor, da Justiça, e dão um chute nos princípios gerais do Direito, rasgam normas constitucionais elementares, as quais qualquer estudante de Direito conhece, e mantêm a censura para resguardar direitos individuais, que deveriam estar abaixo dos coletivos (isto também aprendi com meus professores) .
Força, Estadão! Nada como um dia após o outro.
Beatriz Coutinho
