Cacuriá: Dança e Folclore

Dança típica que representa parte do folclore da região do Maranhão. Acontece de modo pontual durante a Festa do Divino Espírito Santo, que representa tradição junina atraente não apenas aos turistas brasileiros como também internacionais. Durante os movimentos cada dupla faz parte da composição do círculo, denominado “cordão”. No acompanhamento há instrumento de percussão conhecido como “Caixas do Divino”.

Cacuriá e Carimbó

Depois da derrubada do mastro que acontece ao final da Festa do Divino as caixeiras de carimbó descansam ao passar à porção profana dos festejos, no cacuriá. O conjunto de vozes é composto por versos respondidos de maneira improvisada por coro de brincantes. O carimbó maranhense representa ritmo típico do evento!

Nos seus primeiros dias folclóricos a dança era praticada apenas com caixas. Aos poucos, com o reconhecimento e popularidade entre o público, novos instrumentos foram adicionados para o arranjo musical, caso das flautas, clarinetes, violões e banjo.

Dona Teté do Cacuriá representa principal símbolo do movimento folclórico. Por vezes a percussionista natural do Maranhão é citada por introduzir novos instrumentos no sentido de enriquecer os traços musicais do gênero.

A história aponta que a dança foi desenvolvida na segunda metade do século XX, no interior do Maranhão. De modo rápido conquistou sucesso na capital! O carimbó de caixa, instrumento que serve para batucar, consiste no instrumento fundamental da cacuriá.

Características da Dança

Alegria e adrenalina são dois sentimentos naturais entre as pessoas que participam da cacuriá. Existem diversas coreografias que estão repletas de símbolos. Em cada passo é possível conhecer formas culturais do povo maranhense. Também traz características sensuais e envolventes que a tornam um típico gênero brasileiro.

Os elementos da natureza fazem parte da maioria das músicas. As composições também brincam com as crenças do povo, brincadeiras antigas e demais anseios em forma popular.

Não se pode ignorar a importância do cacuriá em preservar as tradições culturais e os conhecimentos populares, dois elementos que fizeram o gênero crescer em principal na região nordestina do Brasil.

Cacuriá de Filha Herdeira: Brasília

Grupo que foi fundado em São Luís do Maranhão no mês de maio de 1993, na cidade de Sobradinho, por Seu Laurindo, Dona Florinda e Dona Elisene de Fátima, três personalidades musicais conhecidas como pioneiras do gênero musical.

Especialistas apontam que o respectivo grupo é singular representante do cacuriá na região de Brasília. Tem características de manter a verdadeira tradição não apenas nos passos da dança como também de instrumentos e indumentárias.

Por doze anos o Centro de Tradições de Sobradinho foi sede principal do cacuriá na região de Brasília. Na atualidade tem espaço próprio e conta com dezenas de integrantes.

Na região de Brasília existe grupo de pessoas que trabalha para recolher documentos e papéis que comprovam os verdadeiros criadores, assim como herdeiros e representantes oficiais.

O objetivo da pesquisa ao trabalho foi recuperar conjuntos de materiais suficientes para solicitar o tombamento e reconhecimento oficial da manifestação cultural de origem brasileira.

Cacuriá na Festa do Divino Espírito Santo

A Festa do Divino Espirito Santo está relacionada de forma direta com a cacuriá. De fato o evento é considerado como principal atração turística e núcleo de manifestações culturais na região do Maranhão. A festa acontece sete dias após a Páscoa, no dia de Pentecostes. Tem objetivo de celebrar o dia em que Jesus renasceu no sentido de reencontrar os doze apóstolos.

Apesar da tradição cristã a grande parte das pessoas presentes na peça não é apostólica romana praticante. Dentro das celebrações existem influências de outras religiões, em principal àquelas com origem da África. Logo após o carimbó, cacuriá é a dança mais profana do evento!

Características dessa Dança

Músicas curtas fazem parte das danças. O ritmo é marcado por conta dos movimentos da caixa. Existe uma pessoa que introduz as ladainhas, ela é seguida pelos demais participantes que dançam e respondem o coro no compasso.

Pares compostos em rodas fazem parte do elemento básico da dança. Mulheres vestem blusas curtas e saias compridas coloridas rodadas. Quase todas possuem flores espalhadas pelas madeixar ou em outras partes do corpo. Homens têm o costume de usar colete sem ter nenhuma camisa por baixo. Também usam calças curtas. Damas e cavalheiros devem dançar com os pés descalços.

Dança e Folclore

Em outubro de 1975 o Departamento de Turismo do Maranhão catalogou o cacuriá como manifestação folclórica típica da região. Talvez tenha sido o último estilo musical criado em terras maranhenses no século XX. De acordo com publicação do jornal “A Gazeta”, em 14 de outubro do mesmo ano, o criador do gênero musical foi Alauriano Campos de Almeida, popular Lauro.

Os batuques retratam as peculiaridades dos ritmos da Festa do Divino. As partes dançantes executam passos engraçados, formados no cordão circular em todas as caixeiras e pares. Um casal por vez sai do círculo central e abana com a mão.

Na sequência a dança acontece em separado, embora a dupla chegue a se tocar apenas com o abano no momento do punga, quando retorna ao cordão circular para conceder a vez de outro par brilhar.

Interessante notar que os casais possuem as mais variadas idades, desde jovens até pessoas com 75 anos de idade. Ao passo que a dança se desenvolve as caixeiras cantam as toadas de forma improvisada, sem dúvida um desafio encarado por poucos.

O cacuriá é considerado mistura de marcha, valsa e samba, de acordo com Alauriano Campos de Almeida. Exige excesso de esforço físico. Por esse motivo as partes não duram mais do que trinta minutos.

Lauro aponta que não existe segredo para fazer folclore, basta realizar alguma atividade diferente que serve para divertir o povo. De fato, a ajuda oferecida por órgão público na época não trouxe compensações inclusive em apoiar a confecção das fantasias, o que representou uma pedra no caminho para a evolução do movimento folclórico.

Interessante notar que no ano do reconhecimento do Cacuriá (1975) como manifestação folclórica não aconteceu a tradicional Festa do Divino. Hoje em dia o evento representa um dos grandes polos econômicos da região!

Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier

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Categoria(s) do artigo:
Cultura

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