Diabo-da-Tasmânia

Quem assistia a desenhos animados no final da década de 1990 e início dos anos 2000 talvez se lembre do personagem Taz, criado ela Looney Tunes. O personagem que se tornou um dos mais queridos das crianças dessa época é inspirado num animal de verdade, o Diabo da Tasmânia. Podendo ser chamado também de Demônio da Tasmânia esse animal é um símbolo na Ilha homônima situada na Austrália.

Registros fósseis demonstram que essa espécie habitou também a Austrália Continental tendo nessa região sendo extinta. Os especialistas não sabem qual foi a causa exata da extinção dessa espécie, no entanto, acreditam que pode ter relação com a introdução do dingo que é uma espécie de cão doméstico levado da Ásia para a Austrália. Outros fatores podem ter contribuído como mudanças climáticas e a expansão do território aborígene.

Atualmente, a espécie se encontra listada como uma das espécies em risco de extinção haja vista que houve uma grande redução populacional devido a problemas como uma doença neoplástica que acometeu os diabos da Tasmânia no final dos anos 1990. Conheça um pouco mais sobre essa espécie no mínimo curiosa que tem a aparência de um urso bastante musculoso e ágil.

A Espécie do Diabo da Tasmânia

Trata-se de um mamífero marsupial que tem sua origem na Ilha da Tasmânia, Austrália. Pertence a Ordem Dasyuromorphia, o Diabo da Tasmânia tende a ocupar a ilha que lhe dá o nome como um todo, porém, possui certa preferência pelas áreas de floresta. Para se ter uma ideia esse animal é o maior carnívoro marsupial que existe atualmente. Um animal que é forte e robusto, sua pelagem é de um tom de castanho com exceção da região do peito em que conta com pelagem branca.

Sua aparência que pode ser um pouco assustadora para alguns tem como principal característica a cabeça de tamanho avantajado com orelhas arredondadas. Seu nariz é do tipo afilado e se caracteriza por ter músculos em suas mandíbulas com muita força. Os seus dentes molares são adaptados de tal maneira que tornam fácil para a espécie esmagar ossos, realmente não deve ser agradável ser uma presa desse animal. Pode chegar a medir 80 cm de comprimento e pesar 12 kg.

O peso desses animais varia de acordo com o habitat e com a alimentação. É interessante observar que as fêmeas são ligeiramente maiores que os machos. Os membros da frente são maiores que os membros traseiros. Em suas patas dianteiras possui 5 dedos enquanto que nas traseiras tem apenas 4. Suas garras não apresentam característica retrátil e a causa é não-preensil. Uma curiosidade é que a causa funciona como a parte de acúmulo de gordura do corpo do diabo da Tasmânia, indivíduos com caudas grossa são indivíduos saudáveis.

Reprodução do Diabo da Tasmânia

A reprodução entre esses os diabos da Tasmânia tende a ter algum grau de agressividade, os machos disputam as fêmeas. A fêmea se reproduz com o macho vencedor do embate, nessa época é normal que os animais apresentem lesões decorrentes do intenso contato físico. O acasalamento em si pode acontecer tanto de dia quanto de noite.

O período do ano de reprodução da espécie se concentra no mês de março sendo que o nascimento dos filhotes ocorre geralmente no mês de abril. A gestação de um diabo da Tasmânia dura apenas 21 dias. As ninhadas costumam ser compostas por 2 a 4 crias que depois do nascimento terminam o seu desenvolvimento dentro do marsúpio (bolsa) por cerca de quatro meses.

O desenvolvimento na bolsa é uma característica normal dos marsupiais. Nos meses de agosto e setembro os filhotes saem das bolsas para se tornarem independentes até o mês de dezembro. Ao chegar aos dois anos de idade as fêmeas geralmente já tem desenvolvimento sexual suficiente para começar a reprodução.

O Filhote do Diabo da Tasmânia

A fêmea do diabo da Tasmânia tem quatro tetas, porém, mesmo a ninhada tendo no máximo 4 filhotes tende a sobreviver apenas dois. Com apenas 15 semanas esses animais deixam as tetas da mãe e já apresentam pelagem assim como conseguem ter os olhos abertos. Ao chegar a um tamanho que não permita mais ficarem dentro do marsúpio são levados para um ninho externo. Entre 6 e 7 meses são desmamados.

Alimentação do Diabo da Tasmânia

Os animais dessa espécie são definidos como necrófagos, isso significa que eles se alimentam de carcaças. Também compõem a alimentação desse marsupial outros animais como carneiros, coelhos, wombats, wallabees, entre outros. Como não é um bom caçador esse animal tende a dar preferência pelas presas menores que são mais fáceis de dominar.

Para encontrar alimento o diabo da Tasmânia usa a sua visão e também o seu olfato e até mesmo os seus bigodes. Pode se alimentar ainda de insetos e cobras. Alimentando-se com cerca de 15% do seu peso corporal por dia esse animal já consegue se manter bem, mas pode ingerir até 40% do peso do seu corpo. A agressividade durante a refeição é normal.

Grunhidos Assustadores

Como já deu para perceber essa espécie tem características bastante agressivas e as brigas entre os seus indivíduos são comuns. Durante uma briga os animais costumam fazer vocalizações que podem ser interpretados como grunhidos, latidos ou mesmo gritos. Algo que contribui para a fama de bravo do diabo da Tasmânia. Aliás, foram esses grunhidos que lhe atribuíram o nome de diabo, pois algumas pessoas diziam que parecia como se um diabo estivesse gritando.

Hábitos Noturnos

Essa é uma espécie que possui hábitos noturnos, durante o dia costumam dormir e a noite saem para caçar. Um espécime desse pode caminhar até 16 km a noite para a sua caçada. Por terem grande agressividade até mesmo com outros indivíduos da mesma espécie costumam andar sozinhos. Se mais de um diabo da Tasmânia encontra uma carcaça para se alimentar pode acontecer uma briga violenta.

Ameaças a Espécie

Quando os colonizadores europeus chegaram à Austrália e se depararam com essa espécie ficaram temorosos da segurança dos rebanhos domésticos e então começaram com a prática de envenenar os diabos da Tasmânia. Um exemplo prático dessa situação foi a Companhia Van Diemen’s Land que em 1830 oferecia 25 centavos para cada indivíduo macho da espécie e 35 centavos para cada indivíduo fêmea da espécie que fossem apresentados mortos.

Foi um período intenso de caçada desses espécimes culminando numa reação no ano de 1941 quando a espécie passou a ser protegida para que não fosse extinta. Contudo, no final da década de 1990 um tipo de doença neoplástica acometeu a espécie e reduziu significativamente o número de indivíduos.

Em 2009 a espécie foi elevada ao status de em perigo de extinção e houve a preocupação de formar grupos de indivíduos dessa espécie saudáveis e criados em cativeiro. A espécie está na lista nacional da Austrália de animais em risco de extinção e na lista vermelha de espécies em risco das Organizações das Nações Unidas (ONU).

Questão de Mordida

A doença que provocou uma redução drástica de espécimes de diabo da Tasmânia na década de 1990 se espalhou facilidade entre esses indivíduos pela agressividade com que se tratam. Pesquisadores observaram que os indivíduos que mais mordiam outros que já estavam infectados com a doença desenvolviam tumores na boca e morriam.

Num comparativo os especialistas perceberam que os animais que morriam quase não tinham mordidas em seus corpos porque conseguiam morder os oponentes enquanto que os saudáveis apresentavam mais marcas de mordidas quase não conseguindo ‘retribuir’. A doença chegou a reduzir a população desses marsupiais em cerca de 60% nos anos 1990.

Os cientistas apontam que se não houver uma redução na agressividade entre esses animais num período entre 25 e 35 anos a espécie poderá ser extinta já que não se tem previsão da descoberta para a cura desse câncer facial que acomete os diabos da Tasmânia.

Aproveitando o post com algumas Fotos do Diabo-da-Tasmânia.

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Categoria(s) do artigo:
Mamíferos

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